O Presidente da União Africana e Chefe de Estado angolano, João Lourenço, defendeu, nesta Terça-feira, 25, em Luanda, a necessidade de aprofundar a cooperação entre África e a União Europeia nos domínios da paz, segurança e desenvolvimento sustentável, sublinhando que os desafios globais exigem respostas conjuntas mais assertivas e coordenadas.
No encerramento da 7.ª Cimeira União Africana–União Europeia, realizada de 24 a 25 do corrente mês, o estadista apelou ao reforço das iniciativas de prevenção e combate ao terrorismo e ao extremismo violento, ao mesmo tempo que advogou maior ambição na acção climática, desde o financiamento para adaptação e resiliência até ao apoio à transição energética dos países africanos.
Lourenço destacou igualmente a importância de um novo impulso económico entre os dois continentes, assente no investimento em infra-estruturas estratégicas, na expansão da manufactura e na agricultura sustentável. Acrescentou que o aprofundamento da mobilidade humana e dos intercâmbios culturais deve ser acompanhado de políticas que assegurem uma migração segura, ordenada e mutuamente benéfica. A capacitação da juventude, através da educação, do desenvolvimento de competências e do empreendedorismo, foi igualmente identificada como prioridade.
“Dissemos muitas vezes que a cooperação União Africana–União Europeia é dinâmica e que, por isso mesmo, pretendemos ir sempre para além do que já conseguimos realizar, traçando perspectivas que ampliem resultados e benefícios recíprocos”, afirmou, realçando a ambição de elevar o alcance estratégico da parceria.
O Presidente manifestou expectativas de que a Cimeira de 2028, a realizar-se na Europa, aprofunde ainda mais a visão partilhada sobre industrialização, comércio e investimento, financiamento sustentável, liderança climática, parcerias digitais e inovação, bem como sobre o reforço da acção colectiva no sistema multilateral.
Na sua avaliação, a evolução positiva registada desde a Cimeira de Bruxelas, em 2022, materializa-se em progressos substanciais nos sectores da paz e segurança, saúde, clima e energia, transformação digital, comércio, investimento, mobilidade e migração. Esses avanços encontram-se reflectidos no Relatório de Implementação da Declaração da 6.ª Cimeira, adoptado no encontro de Luanda, documento que, embora destaque resultados expressivos, identifica igualmente áreas que exigem redobrado esforço.
“Esse sentido crítico sobre a nossa colaboração e as acções que desenvolvemos conjuntamente permite-nos aprimorar continuamente os mecanismos de cooperação”, concluiu João Lourenço.
