O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou esta semana que a África do Sul não será convidada a participar na cimeira do G20, prevista para o próximo ano, em Miami, na Florida.
A decisão, comunicada através da sua rede social Truth Social, marca um novo ponto de tensão na relação entre Washington e Pretória, já fragilizada por divergências diplomáticas acumuladas nos últimos anos.
A exclusão representa uma escalada na ofensiva política norte-americana contra o país africano, tradicionalmente reconhecido como a única economia africana com assento permanente no G20.
Para analistas internacionais, o gesto tem implicações geopolíticas significativas, uma vez que coloca em causa a arquitectura de representatividade do bloco e sinaliza um reposicionamento da política externa dos Estados Unidos face ao continente africano.
“A África do Sul mostrou ao mundo que não é um país digno de participar em nada”, escreveu Trump, retomando acusações controversas sobre uma alegada perseguição mortal a agricultores brancos no país, um tema que tem sido amplamente debatido e contestado por organismos internacionais e pelo próprio Governo sul-africano.
A decisão surge num momento em que Trump procura reforçar a sua narrativa interna de autoridade, numa fase politicamente sensível marcada pelo encerramento de um dos processos que ainda enfrentava na Justiça norte-americana. O abandono do caso no Estado da Geórgia relativo a alegadas tentativas ilegais de reverter os resultados das eleições de 2020 foi recebido pelo Presidente com declarações de triunfo jurídico.
Segundo a agência Lusa, Trump classificou o processo como uma “farsa ilegal, inconstitucional e antiamericana”, numa extensa mensagem publicada na Truth Social, na qual sublinha que “o direito e a justiça triunfaram”. A decisão judicial encerra a última das acusações criminais que ainda pendiam sobre o chefe de Estado, reforçando a sua posição política no contexto doméstico.
Ao conjugar um gesto de impacto internacional — a exclusão da África do Sul do G20 — com uma vitória judicial de grande visibilidade interna, Trump projecta uma agenda política que procura simultaneamente consolidar apoio doméstico e reconfigurar alianças externas. Resta agora observar como a comunidade internacional, e em particular o continente africano, reagirá a esta decisão que altera o equilíbrio de representação no palco económico global.
