A Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau “não dispões de condições para anunciar os resultados finais devido à ausência de todas as actas eleitorais, necessárias para o apuramento da votação”, declarou nesta Segunda-feira, 1 de Dezembro, Leonardo Simão, representante do secretário-geral das Nações Unidas para a África Ocidental e o Sahel. A afirmação reforça o clima de incerteza institucional que marcou o período pós-eleitoral, num país onde a fragilidade administrativa continua a ser um dos principais
Entretanto, a missão da CEDEAO, liderada pelo presidente em exercício da organização, Julius Maada Bio, mantém-se em Bissau, onde se reuniu com o Comando Militar, chefiado pelo Presidente Horta Inta-á, e com membros do Governo de Transição.
O envolvimento directo da organização regional evidencia a preocupação crescente da comunidade internacional com o impasse eleitoral e a necessidade de garantir que o processo seja concluído.
No final do encontro, o porta-voz da CEDEAO confirmou que os trabalhos conjuntos com o Governo de Transição irão prosseguir “com o objectivo de preservar a paz e encontrar uma solução no mais curto prazo possível”. A missão reafirmou igualmente a disponibilidade para acompanhar todo o processo de transição, projectado para durar um ano e visto como um período crítico para a reorganização das instituições.
Segundo a mesma fonte, os próximos passos serão avaliados e definidos na cimeira da CEDEAO agendada para 14 de dezembro, onde o futuro político imediato da Guiné-Bissau deverá constar dos trabalhos. Aos jornalistas, Leonardo Simão sublinhou que a missão internacional “não está em Bissau para tomar decisões, mas para apoiar a mediação”.
A comissão da CEDEAO reuniu-se igualmente com a CNE, embora sem prestar declarações à imprensa. A instituição eleitoral convocou o público e os jornalistas para uma comunicação oficial marcada para esta Terça-feira, 2 de Dezembro, sem, no entanto, adiantar o tema.
No entanto, o bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau confirmou a libertação de cinco magistrados do Ministério Público e dos membros da CNE detidos recentemente, sem qualquer explicação oficial até ao momento. A instituição não prestou declarações sobre o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, o jurista Octávio Lopes e outros, que permanecem detidos na segunda esquadra.





