A Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau anunciou, na manhã desta Terça-feira, que não dispõe de condições técnicas para divulgar os resultados eleitorais. A informação foi avançada pelo secretário-executivo adjunto, Dr. Idrissa Djaló, numa conferência de imprensa sem direito a perguntas, revelando a extensão dos constrangimentos que afectam o processo político desde o golpe de Estado de 26 de Novembro.
Segundo Djaló, as instalações da CNE foram vandalizadas aquando da tomada de poder pelo Alto Comando militar, resultando na destruição de computadores e de várias actas já reunidas pela instituição. As actas provenientes das regiões continuam em falta, o que compromete a consolidação dos dados necessários para produzir qualquer apuramento fiável.
O responsável reforçou ainda que, para além da suspensão do processo eleitoral decretada pelas autoridades militares, a CNE não possui, neste momento, os meios técnicos nem a integridade documental exigida para sustentar um anúncio oficial dos resultados.
A ausência de garantias mínimas de segurança eleitoral aprofunda a incerteza institucional e fragiliza a confiança dos actores políticos e da comunidade internacional.
Em paralelo, em Bissau, a família do deputado Marciano Indi informou que este foi impedido de embarcar, na manhã de hoje, no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, quando se preparava para cumprir uma missão oficial da Assembleia da CEDEAO. Os familiares afirmam não ter recebido qualquer comunicação sobre o seu paradeiro, alimentando novas preocupações sobre o ambiente político e de direitos fundamentais no país.





