BestFly Angola assume ligações aéreas domésticas em Cabo Verde

O Governo de Cabo Verde anunciou, há dias, o direito de concessão de exploração do serviço público de transporte aéreo de passageiros, carga e correio ao operador BestFly Angola, por um período emergencial de seis meses. Em comunicado enviado às redacções, o executivo fez saber que a decisão surge na sequência da manifesta decisão do…
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A empresa de direito angolano substitui a espanhola TICV, que desistiu das operações, depois de ver a adesão de passageiros cair 70%, desde o início da pandemia, com reflexos negativos nos resultados.
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O Governo de Cabo Verde anunciou, há dias, o direito de concessão de exploração do serviço público de transporte aéreo de passageiros, carga e correio ao operador BestFly Angola, por um período emergencial de seis meses.

Em comunicado enviado às redacções, o executivo fez saber que a decisão surge na sequência da manifesta decisão do operador de transporte aéreo, a TICV – Transportes Interilhas de Cabo Verde, vulgarmente conhecida por Binter CV, de cessar as suas operações, a partir da última Segunda-feira, 17, sendo, até então, o único operador aéreo que garantia os voos domésticos aos cabo-verdianos.

A mesma nota aponta que a redução do número de passageiros em 70%, desde o início da pandemia da Covid-19, que tem impactado negativamente nas suas vendas e nos resultados obtidos, levou à desistência das operações da empresa espanhola.

“Os accionistas da empresa deram a conhecer esta situação ao Governo, ainda em 2020, que prontamente apresentou algumas modalidades de ajuda, no quadro dos instrumentos definidos para apoiar a indústria da aviação civil, por forma a ultrapassar essa situação”, lê-se no comunicado.

O documento explica ainda que, no decorrer das conversações sobre o modelo de apoio que poderia ser negociado, os accionistas manifestaram, igualmente, o desinteresse pelo negócio em Cabo Verde e a consequente vontade de parar as operações e liquidação da empresa, salvo se não houvesse um comprador interessado.

Perante o quadro e sendo necessário garantir a mobilidade inter-ilhas, o Governo de Cabo Verde justifica que se viu na obrigação de procurar uma solução de emergência que se traduziu no convite à angolana BestFly, estabelecida no mercado de aviação desde 2009 e com experiência na gestão de aeronaves e handling de aviões.

Entretanto, nesta Segunda-feira, a BestFly iniciou as operações entre as ilhas da Praia e de São Vicente com uma aeronave ATR72-600 e, segundo o seu director executivo, Nuno Pereira, dentro de um mês, uma segunda aeronave vai reforçar as operações de ligação doméstica.

Na nota de imprensa o governo cabo-verdiano considera que seis meses é período suficiente para que sejam criadas as condições necessária para a montagem de soluções estruturantes e viáveis, que garantam a prestação de serviço público de transporte regular doméstico por um ou mais operadores de transporte aéreo.

A FORBES apurou que a BestFly Angola, com duas aeronaves ATR72-600 na sua frota, tem já constituída uma empresa de direito cabo-verdiano, a BestFly Cabo Verde, que deverá contar com mão-de-obra local nas suas operações.

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