Moçambique vai ter primeira fábrica nacional de telemóveis com capitais maioritariamente locais

Moçambique vai contar com a sua primeira fábrica nacional de telemóveis, um projecto privado liderado pela Moz-Sure, empresa de capitais maioritariamente moçambicanos, que pretende reduzir a dependência das importações, combater a circulação de equipamentos contrafeitos, criar emprego qualificado e posicionar o país como produtor regional de dispositivos tecnológicos. A unidade industrial será instalada no Parque…
ebenhack/AP
Liderada pela Moz-Sure, a primeira fábrica nacional de telemóveis representa um investimento de cerca de 3 milhões de dólares e será instalada no Parque Industrial de Beluluane.
Economia

Moçambique vai contar com a sua primeira fábrica nacional de telemóveis, um projecto privado liderado pela Moz-Sure, empresa de capitais maioritariamente moçambicanos, que pretende reduzir a dependência das importações, combater a circulação de equipamentos contrafeitos, criar emprego qualificado e posicionar o país como produtor regional de dispositivos tecnológicos.

A unidade industrial será instalada no Parque Industrial de Beluluane, na Matola, arredores de Maputo, e representa um investimento inicial estimado em cerca de 3 milhões de dólares. A cerimónia de lançamento da primeira pedra foi presidida pelo ministro das Comunicações e Transformação Digital, Américo Muchanga.

De acordo com o representante da empresa, Francisco Chate, o projecto será desenvolvido em fases. “A Moz-Sure, uma empresa moçambicana, maioritariamente de capitais moçambicanos, pretende construir nesta zona do Parque Industrial de Beluluane uma fábrica de telefones celulares, numa primeira fase, e, numa fase seguinte, de laptops e outros dispositivos electrónicos”, afirmou.

Segundo a Moz-Sure, a iniciativa permitirá reduzir em cerca de 14% ao ano as necessidades nacionais de importação de telemóveis, num contexto em que uma parte significativa da população recorre a equipamentos contrafeitos. A empresa sublinha que estes produtos representam riscos para a saúde, além de impactos negativos para a economia formal e para a arrecadação fiscal.

O projecto assume igualmente um compromisso com práticas sustentáveis e com a produção de equipamentos identificados como “made in Moçambique”, contribuindo para o fortalecimento da indústria local e para a transferência gradual de conhecimento tecnológico.

Presente na cerimónia, o ministro Américo Muchanga afirmou que a nova unidade industrial materializa a visão do Governo de promover a industrialização e a independência económica do país. “Este é um embrião não só tecnológico, mas também de inovação. A partir desta fábrica vão surgir outras no nosso país, colocando Moçambique numa posição que não é apenas a de consumidor, mas também de produtor de tecnologias”, declarou.

Para o governante, a produção local de telemóveis e computadores é estratégica para a transformação digital, ao facilitar o acesso dos cidadãos, em diferentes regiões do país, aos serviços digitais do Estado e do sector privado. “É na base da industrialização que podemos aumentar o valor das matérias-primas, criar emprego para os nossos jovens e mulheres e acrescentar valor a todos os produtos que temos”, acrescentou.

Também citado pela agência Lusa, o director-geral da MozParks, Onório Manuel, classificou o lançamento da fábrica como “um momento histórico”, defendendo que o projecto reforça a industrialização, a criação de emprego e a ambição de transformar Moçambique num polo tecnológico e industrial de referência na região.

 

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