A Moody’s reviu em baixa o rating do Banco Económico para ‘Caa3’. O tempo que tem levado a finalização do processo de recapitalização do banco, justificado por factores exógenos, foi apontado pela subsidiária de classificação de crédito de títulos da Moody’s Corporation como a principal causa desta revisão.
Entre os factores exógenos estão a queda do preço do petróleo – com impacto na principal fonte de receitas da economia do país, colocando uma pressão acrescida sobre as finanças públicas e a posição líquida externa, em divisas –, bem como o alastramento da pandemia da Covid-19 e o seu efeito, nomeadamente na deterioração das condições de crédito e de liquidez, assim como o ritmo da recuperação da economia angolana.
Uma nota enviada à FORBES, diz que a administração do Banco Económico encara o actual momento “com serenidade e resiliência”, tendo implementado as necessárias medidas para continuar a desenvolver a sua actividade, em articulação e pleno cumprimento das determinações do órgão regulador do mercado, o Banco Nacional de Angola.
A instituição bancária, acrescenta o documento, “aguarda a rápida conclusão do seu processo de recapitalização e está integralmente focado em encontrar as melhores soluções para as necessidades dos seus clientes, no contínuo apoio às empresas e famílias angolanas”.
O Económico resulta da extinção do Banco Espírito Santo Angola (BESA) – constituído em 2001, com a falência do português Banco Espírito Santo (BES) – que ostenta agora a marca Novo Banco, de que era subsidiário em Angola.
A instituição assumiu a denominação de Banco Económico em 2015, depois de a 28 de julho de 2014, para evitar a falência da porção de Angola, o Estado angolano ter anunciado que assumiria o controle do Banco Espírito Santo Angola, injetando cerca de 3 mil milhões de dólares no capital.
Até final de 2014, os maiores accionistas eram a petrolífera pública angolana Sonangol, com uma participação de cerca de 35%, o Novo Banco (9,9%), a empresa Portmill (24%), e o grupo Geni (18,99%) e a Lektron Capital, uma sociedade de capital chinês, com 30,98%. Até a falência do BES, ambas as empresas eram controladas pelo Espírito Santo Financial Group.