Exclusivo: BFA reforça board com ex-quadro do banco central

O Banco de Fomento Angola (BFA) vai reforçar o seu board com um administrador não-executivo, João Fernando Quiuma, veterano quadro do Banco Nacional de Angola (BNA), soube a FORBES em primeira mão. Até ao momento, o site da instituição ainda mantém os nomes dos administradores indicados na sequência do reforço do capital do Estado na…
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Conselho de administração do banco prepara-se para integrar um veterano do banco central que irá assumir a pasta de administrador não-executivo. João Fernando Quiuma é o nome apontado.
Economia

O Banco de Fomento Angola (BFA) vai reforçar o seu board com um administrador não-executivo, João Fernando Quiuma, veterano quadro do Banco Nacional de Angola (BNA), soube a FORBES em primeira mão.

Até ao momento, o site da instituição ainda mantém os nomes dos administradores indicados na sequência do reforço do capital do Estado na instituição, por via da Unitel. Isto é, desde a mesa da assembleia-geral de accionistas, presidida por João Boa Quipipa, ao conselho de administração, liderado pelo antigo ministro da Justiça, Rui Mangueira, passando pela comissão executiva.

Recentemente o banco comercial estava a braços com um processo de inspecção do banco central, aos seus modelos de governação corporativa e compliance, na sequência de falhas registadas em operações registadas, alegadamente, a mando de uma ex-administradora afastada do banco.

De acordo com a nossa fonte, a indicação de João Quiuma poderá estar relacionada com questões ligadas ao corporate governance, no que ao número de administradores diz respeito, e a outras áreas de operações da entidade.

Adianta ainda a mesma fonte que o antigo quadro do banco central está a caminho do BFA para fiscalizar, de perto, as operações daquela instituição que tem a maior exposição dos seus activos à dívida pública.  Aliás, o actual CEO da instituição, Luís Gonçalves, assumiu, em finais de 2020, que o rácio de conversão de depósitos do BFA anda abaixo de 30%.

Isto quer dizer que, no período, mais de metade dos recursos dos clientes e do banco estavam aplicados noutros negócios, como é o caso da dívida púbica. “Eu era capaz de dizer que, eventualmente, podemos ter 60% dos recursos aplicados em dívida pública. Há uma parte que tem de ficar para a liquidez e outra parte em reservas no banco central. A nossa carteira de crédito é mais ou menos três vezes menor que a nossa carteira de títulos”, admitiu o gestor.

Líder do sistema bancário no ranking por resultados líquidos por vários anos, o BFA voltou a fechar 2020 a registar lucros. Desta vez, o banco encerrou as contas de balanço com 89.849 milhões de kwanzas, à frente do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) e do Banco Angolano de Investimento (BAI).

A FORBES contactou o banco, através da sua direcção de relações institucionais, para colher esclarecimentos sobre as movimentações em curso no board daquela instituição bancária,  mas, até ao fecho deste artigo, não obteve qualquer resposta.

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