O capital social da sucursal cabo-verdiana do Banco Angolano de Investimento (BAI) subiu para 21,3 milhões de dólares, após uma deliberação dos seus accionistas que reforçaram o património em mais de 6 milhões de dólares, anunciou a entidade em comunicado tornado público esta semana.
O aumento do capital social decorre de uma estratégia da instituição bancária, que é participada em 83,85% pelo angolano BAI, pela petrolífera Sonangol de Cabo Verde, com 13,45% e sociedade Sogei, com uma participação marginal de 2,69%, sobre a aplicação dos resultados e outros reforços financeiros propostos pelos seus donos.
Assim, e na sequência do referido aumento, o capital do BAI passou a ser de mais de dois mil milhões de escudos, moeda local, precisamente, 2.092.385.000 realizado, segundo o mesmo documento, representando um acréscimo no valor de 661.590.000 escudos, equivalente em dólares a 6,6 milhões, na modalidade de “novas entradas” e realizado em dinheiro.
“O capital social é representado por 2.092.385 acções, com valor nominal de 1.000 escudos cada uma”, descreve a nota da entidade. Entretanto, o documento não avança as origens desta operação, por accionistas. Ou seja, não se sabe, na prática, de onde terão saído os mais de seis milhões de dólares reforçados e que eleva para 21,3 milhões de dólares o capital social daquela instituição bancária.
Os lucros do BAI Cabo Verde caíram 75,1% em 2020, face ao ano anterior, para 316,8 mil dólares, conforme o relatório e contas do período. Aliás, no relatório, o conselho de administração reconhece que, num contexto de fortes impactos provocados pela pandemia da Covid-19, a “deterioração sistémica das condições económicas e financeiras representou um desafio” para o BAI Cabo Verde, “levando à recentragem da sua gestão, com ênfase no controlo e mitigação dos riscos, desde operacionais a financeiros e estratégicos”.
O conselho de administração decidiu ainda não distribuir dividendos, aplicando os lucros de 2020 em reservas, obrigatórias (15%), de estabilização de dividendos (8%) e livres (77%), segundo o documento.
“Num enquadramento atípico e de forte contracção da actividade económica, o banco BAI Cabo Verde manteve o dinamismo comercial, adaptando-se e inovando na sua forma de prestar serviços aos seus clientes, agora num contexto de distanciamento social”, explica o conselho de administração no mesmo relatório, prometendo a continuidade da aposta, em 2020, nos canais digitais, mas mantendo os 118 trabalhadores.
A administração diz que a actividade bancária em 2020, impactada pela crise provocada pela pandemia de covid-19, foi marcada por um “crescimento ténue” da carteira de crédito, de 2,1% face a 2019, para um valor bruto de mais de mil milhões de dólares, correspondentes a 10,2 mil milhões de escudos, enquanto os recursos dos clientes subiram 1,2%, para 145,6 mil milhões de dólares.
“A nível de solvência verificou-se, ainda que residual, um reforço dos fundos próprios em 0,5%, tendo o rácio de solvabilidade passado dos 14,14% em 2019 para os 14,22% em 2020, acima do limite regulamentar, este ano fixado nos 10%, como medida de flexibilização prudencial face à crise da Covid-19”, lê-se na mensagem da administração.