Empreendedor angolano lidera projecto de investimento diamantífero de 5 milhões USD

Há cinco anos no mundo do empreendedorismo, António de Oliveira é CEO da marca Antomoli, que detém as empresas Antomoli Prestação de Serviços - virada para as áreas de comércio, marketing, imobiliário - e também da Antomoli Diamond - empresa ligada ao sector diamantífero e que está a investir, numa primeira fase, 5 milhões de…
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De 24 anos de idade, António de Oliveira, começou no empreendedorismo como intermediário de arrendamento de imóveis e tornou-se hoje no CEO de uma empresa que investe na lapidação de diamantes.
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Há cinco anos no mundo do empreendedorismo, António de Oliveira é CEO da marca Antomoli, que detém as empresas Antomoli Prestação de Serviços – virada para as áreas de comércio, marketing, imobiliário – e também da Antomoli Diamond – empresa ligada ao sector diamantífero e que está a investir, numa primeira fase, 5 milhões de dólares num projecto de lapidação de diamantes, em parceria com alguns sócios.

Prevê-se que o projecto de lapidação de diamantes arranque ainda este ano, no Polo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo, na província angolana da Lunda Sul, inaugurado em Agosto do ano passado pelo Presidente da República, João Lourenço.

Em exclusivo à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, o CEO da Antomoli Diamond avança que a fábrica, em processo de instalação, prevê lapidar cinco mil quilates de diamantes por mês, podendo vir a gerar 70 postos de trabalho, 50 dos quais ocupados por angolanos e os restantes 20 por expatriados. A ambição, diz o jovem empreendedor, é transformar a empresa na melhor do sector em Angola e uma referência em África e no mundo.

À FORBES, António de Oliveira conta que a ideia de criar a Antomoli Diamond, em particular, surgiu depois de ter frequentado um curso de avaliação de diamante bruto, na Harry Oppenheimer e Gem Training International, na África do Sul. “Eu disse para mim mesmo que serei um grande lapidador de diamantes, e dai surgiu essa fantástica ideia que já está em execução”, diz.

De 24 anos, o jovem natural da província de Cabinda, é o primeiro filho de quatro irmãos. Começou a dar os primeiros passos no mundo do empreendedorismo actuando como intermediário no mercado de arrendamento de imóveis, entre casas e escritórios a terceiros, na capital do país, Luanda. Foi esta actividade que o levou a investir, em 2018, 100 mil kwanzas (pouco mais de 322 dólares à data) na constituição da empresa Antomoli Prestação de Serviços, que inicialmente passou a actuar apenas no segmento de arrendamento de imóveis. Hoje, a Antomoli Prestação de Serviços estendeu a sua acção para às áreas de marketing, comércio e outros serviços, o que lhe permite obter em média uma facturação anual na ordem dos 40 mil dólares.

A empresa conta no seu portfólio com 70 clientes e dos sete colaboradores que empregava até 2019, tem actualmente os préstimos de apenas quatro, tudo por conta da crise pandémica da Covid-19, que forçou a um corte no pessoal, como forma de reduzir custos.

Ainda dentro da empresa Antomoli, o empreendedor criou um programa numa plataforma denominado “Antomoli Show”, cujo objectivo é capacitar e trazer à realidade experiências de grandes empresários do mercado nacional e internacional.

Uma história que inspira

Desde muito cedo, que António de Oliveira tinha o sonho de ser um empreendedor de sucesso e tornar-se num milionário. Foi por estas aspirações que, em 2016, com apenas 17 anos de idade, saiu da sua terra natal, Cabinda, para Luanda, com o objectivo de participar no concurso “Mister Angola”.

António narra à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA que sem saber onde se hospedar, pois não tinha familiares em Luanda, viajou à capital do país apenas com uma mochila contendo algumas roupas, mais com muita confiante na conquista do título. Passou na primeira fase do teste e com isso teve a oportunidade de ficar nas instalações da Hadja Models, agência organizadora de eventos de moda.

Quis o destino que, infelizmente, António não fosse apurado para a fase final do concurso que elegeria o considerado homem mais bonito de Angola, na altura. Excluído pelos júri do concurso, o jovem sonhador teve de abandonar o albergue da agência de moda em que estava hospedado.

As ruas de Luanda passaram então a ser o lar de António, que permaneceu durante três dias numa das pedonais do bairro Golfe 2, a pedir esmola para sobreviver, até que se deparou com um dos seus colegas do ensino médio que o reconheceu e decidiu dar-lhe abrigo.

“Fui para a casa do meu antigo colega. Era uma casa de apenas um quarto e uma sala, todos os irmãos dividiam o mesmo quarto, mas pra mim era melhor do que ficar na rua”, lembra, acrescentando, “sou extremamente grato por essa família”.

Depois de alguns dias, prossegue, decidiu ir à procura de emprego, e, das várias portas que bateu, uma se abriu. “Foi o ginásio do personal trainer e speaker motivacional, Bruno Samora, localizado no edifício da Academia BAI, que me deu uma oportunidade”, precisa. Como já trazia consigo alguma experiência nesta área, uma vez ter já trabalhado em um ginásio em Cabinda, explica, as coisas passaram a ser mais fáceis.

António passou então a ficar mais tempo na academia do que em casa, o que lhe permitiu fazer muitas amizades e networking com pessoas influentes que frequentavam o espaço. “Conheci muitas pessoas que foram essências para o meu desenvolvimento. Não importa o nível académico, é preciso ser ousado e agarrar as oportunidades”, sustenta em jeito de conselho para outros jovens.

Amante de literatura, o CEO da Antomoli gosta de ler livros de auto-ajuda, “por servirem de inspiração para a construção de novos projectos”.

António de Oliveira tem o curso médio de Contabilidade e Gestão e frequentou o primeiro ano do ensino superior, no curso de Informática de Gestão na Academia BAI. Para melhor se capacitar, o jovem empreendedor fez vários outros cursos, tendo neste momento 17 formações técnico-profissionais na Academia BAI e, mais recentemente, fez o curso de lapidação de diamantes, numa das melhores escolas de África, a Harry Oppenheimer e Gem Training International, localizada na África do Sul.

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