Vem aí novo aviso do BNA para reforçar programa de crédito à economia angolana

O Banco Nacional de Angola (BNA) prepara-se para, nos próximos dias, fazer sair um novo regulamento de reforço ao programa de crédito ao sector da economia real angolana, mecanismo que vem substituir o Aviso 10, que ficou por mais ou menos dois anos em vigência, de acordo com o administrador da instituição, Miguel Miguel. Sem…
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Instrumento vem substituir o Aviso 10 que obrigava bancos a cederem 2,5% dos seus activos para crédito à economia. Anunciada pelo administrador do banco central, medida prevê novos limites a observar.
Economia

O Banco Nacional de Angola (BNA) prepara-se para, nos próximos dias, fazer sair um novo regulamento de reforço ao programa de crédito ao sector da economia real angolana, mecanismo que vem substituir o Aviso 10, que ficou por mais ou menos dois anos em vigência, de acordo com o administrador da instituição, Miguel Miguel.

Sem número e data de entrada em vigência, o novo mecanismo surge na sequência de preocupações apresentadas por alguns empresários e parte dos bancos comerciais na forma como se guiava anterior norma, que ficou em vigência durante poucos mais de dois anos, tendo sofrido várias prorrogações.

“É um Aviso que não difere muito daquele que foi o Aviso 10, mas, atendendo as preocupações de alguns empresários e também dos bancos comerciais, afinámos um bocadinho os termos para que o crédito seja muito mais facilmente concedido aos empresários”, garantiu o administrador, falando à margem da conferência sobre ‘Financiamento ao Sector Real da Economia’.

Ao balancear o desempenho do Aviso 10, Miguel Miguel contabilizou que, só ao abrigo do Aviso 10, em Fevereiro deste ano, foram conedidos um montante de credito de cerca de mil milhões de dólares. “Ainda está muito longe daquilo que são a capacidade da banca comercial em financiar a economia real”, atestou.

Sobre o novo Aviso, Miguel Miguel garante que o novo Aviso não vai ser muito diferente do anterior e prevê alargamento dos sectores a serem finanaciados. “Achamos que, com esse novo Aviso, vamos alargar o leque de produtos que podem ser financiáveis ao abrigo desse Aviso”, projectou.

Também estão previstos os mesmos critérios. Ou seja, os bancos vão continuar a tirar parte dos seus activos, precisamente 2,5%, para canalizarem ao serviço do crédito à economia real. “Vamos continuar a ter os mesmos parâmetros que tivemos ao abrigo ao anterior Aviso, isto é, a banca comercial vai financiar cerca de 2,5% do activo líquido a contar do balanço de 31 de Dezembro de 2021. E também teremos, assim como tivemos no Aviso 10/20, o número mínimo de projectos, com alguma alteração, mas nós vamos dar continuidade no Aviso 10 nesses termos”, apontou.    

É a quarta vez que o programa de crédito à economia do BNA é renovado. Segundo fontes do mercado, tudo devido à resistência de alguns bancos na concessão de crédito para as finalidades e dentro dos critérios previstos pelas normas do banco central.

Para alguns operadores do mercado, não é função do banco central obrigar que bancos libertem créditos. “As empresas ou famílias que pretendam recursos têm de estar organizados para o efeito. Os bancos não são instituições de caridade”, apontou uma fonte da banca que também assistiu à conferência do banco central.

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