A criação do Banco Africano de Energia, constituição de um Fundo Africano de Apoio ao Sector de Energia Africano e necessidade de expansão da APPO – com a entrada de novos membros, são algumas das recomendações do 8º Congresso e Exposição Africana de Petróleo (CAPE VIII), que decorreu em Luanda, República de Angola, de 16 a 19 de Maio.
As deliberações incluem também a implantação de instituições regionais de cariz técnico e tecnológico, operações conjuntas no domínio de pesquisas, protecção do meio ambiente, valorização do conteúdo local e maior investimento na formação dos quadros locais.
No acto de encerramento do evento, que decorreu sob o lema “Transição Energética e o Futuro da Indústria de Petróleo e Gás em África: Oportunidades, Desafios e Desenvolvimento”, Omar Farouk Ibrahim considerou que os Estados-membros só podem sobreviver às consequências da transição energética, com um programa bem estruturado, assente na cooperação e partilha de experiência nos vários domínios, de modo a criarem valências para que o mercado continental seja capaz de transformar todos os produtos na cadeia de valor e consumir a sua produção.
Omar Farouk destacou também no seu discurso de encerramento, que a ameaça da retirada das habituais fontes de financiamento, a descontinuidade nos níveis de consumo pelos principais compradores de combustíveis fósseis e consequente acesso aos mercados para as matérias-primas, constituem uma realidade que exigirá maior união entre os países africanos, sob pena de as reservas disponíveis em África e os investimentos feitos na construção de infra-estruturas ficarem inutilizados.
Transição energética não pode ser imposta
O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, disse aos jornalistas, depois do encerramento do evento, que África não pode aceitar uma transição imposta, sendo que a mesma deve ser feita dialogada e para o beneficio de todos.
“Sempre defendemos que a transição energética não pode ser imposta, a transição energética tem que ser um diálogo e tem que servir para o benefício de todos e não para aumentar a pobreza energética”, afirmou Diamantino Azevedo.
O governante referiu ainda que essa transição energética “não seja unicamente custo dos países africanos produtores de petróleo”, disse també, que “a transição energética foi discutida exaustivamente e agora vamos preparar um memorando sobre o posicionamento da APPO sobre a transição energética que levaremos para a consideração dos chefes de Estados africanos”, finalizou.
O encontro contou com a presença de 467 participantes de 34 países e 10 delegações de observadores, à margem do qual decorreu uma exposição com o total de 46 “stands” em que empresas dos países-membros exibiram o potencial para o intercâmbio necessário para a sustentabilidade do sector, no continente.
O nono Congresso Africano do Petróleo e Exposição (CAPE) vai ser realizado em 2024, em Malabo, Capital da Guiné Equatorial.