O grupo IMEX, a operar há mais de 20 anos no mercado angolano, vai inaugurar no próximo mês de Julho do corrente ano, na zona do quilómetro 38, em Catete, uma nova unidade de industrial de montagem de electrodoméstico da marca Beko, Defy e Grundig.
A unidade fabril, orçada em 2,5 milhões de dólares conta empregar cerca de 80 trabalhadores directos, sendo 78 nacionais e dois expatriados e, numa primeira fase, vai montar aparelhos de ar condicionados, geleiras e arcas frigoríficas. A unidade terá uma capacidade instalada de 100.000 peças por ano para aparelhos de frio e 50 mil peças para fogões.
Ramzi El Houchaimi, CEO da IMEX, avança à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA que a origem do maquinário é chinesa e turca e foi montada com tecnologia de última geração. “O Grupo IMEX pretende continuar a apostar na inovação e na criação de novos produtos de qualidade superior, garantindo uma oferta ampla e a preços altamente competitivos”, assegura.
O gestor de 42 anos, 20 dos quais passado em Angola, diz-se estar confiante no futuro de Angola e que acredita que a situação vai melhorar, “por isso, o grupo está presente no que for preciso”.
Questionado se tem sido fácil manter a produção regular face a situação económica, Ramzi refere que “no início foi difícil, não tínhamos luz nem água, montar uma empresa em Angola significa enfrentar muitos obstáculos, mas, devido a boa relação que temos com os nossos fornecedores internacionais, conseguimos sempre receber os insumos a tempo para que a produção nunca pare”.
Além disso, sublinha, mantém uma “boa relação” e contamos com os nossos parceiros bancários e ministérios que sempre nos dão o suporte necessário. Mas, por outro lado, o gestor diz que ainda continuam a se notar algumas dificuldades no mercado, principalmente na contratação de mão-de-obra estrangeira mais especializada.
“Se precisar de técnicos estrangeiros, mesmo para fazer formação aos nacionais, há ainda muita dificuldade na obtenção de visto, por isso, muitas vezes a contratação não é possível e causa um grande transtorno”, especificou.
Apesar disso, Ramzi El Houchaimi diz-se orgulhoso pela trajectória feita pelo projecto IMEX. “Quando olho para trás, fico contente e satisfeito, mesmo com as complicações e desafios, começamos a melhorar a produtividade entre os anos 2007 e 2008, por isso, acreditamos que voltaremos a ser um grande país em termos económicos”, frisou.
Volume de negócios do grupo atinge os 20 milhões USD
Fundada em 2002, o grupo IMEX controla, actualmente, cinco fábricas em diferentes áreas de produção, concretamente de tanques de plásticos, tubos PVC e PEAD, tintas, colchões da marca Smartflex, embalagens (sacos de ráfia, latas e plástico) e electrodomésticos, que no total geram um volume de negócios de 20 milhões de dólares.
Em 2018, tornou-se o maior produtor de sacos de rafia de África, quando lançou a terceira linha de produção com novas máquinas, aumento do número de colaboradores e novos produtos, designadamente sacos laminados impressos, sacos BOPP para detergentes, sacos de cimento, sacos leno para batata e cebola, sacos com película de plástico e Big Bags de 1 250 kg e também sacos com capacidade de 10 a 150 quilos e podem ser usados para carvão, farinha, trigo, arroz, vegetais e feijão.
A terceira unidade da fábrica de sacos de ráfias custou aos cofres da empresa cerca de 10 milhões e dólares, sendo uma estrutura de 8 mil metros quadrados, com uma produção diária de 250.000 sacos.
Com o alargamento da fábrica, o grupo quer dar resposta às necessidades do mercado nacional no processo de industrialização do país e pretende também exportar para outros países do continente africano.
Actualmente, o grupo IMEX possui um total de 450 trabalhadores, 410 nacionais e 40 expatriados. “Em 2021, com a expansão da fábrica de embalagem (sacos de ráfia), geramos 200 novos postos de trabalho, sendo estes 190 locais e 10 expatriados”, conta Ramzi El Houchaimi, e acrescenta que, “esta também é uma preocupação do grupo IMEX, uma vez que contribuir para o desenvolvimento do país, é uma das nossas diretrizes, a nossa estratégia de expansão visa alargar a nossa área de actuação”.
Além de Luanda, onde possui oito lojas, o grupo está presente com mais unidades fabris e postos de vendas nas províncias de Benguela, Huambo, Cabinda e Lubango, que ao todo totalizam 13 lojas em todo país.