Sonangol e grupo OPAIA investem 2,2 mil milhões USD em fábrica de fertilizantes

Angola vai contar nos próximos anos com uma fábrica de fertilizantes capaz de produzir anualmente cerca de 1,2 milhões de toneladas, como garantiu nesta Terça-feira, 28, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, no acto de lançamento da primeira pedra para a construção da infra-estrutura, que teve lugar no Soyo, província do…
ebenhack/AP
Em pleno funcionamento prevê-se que a infra-estrutura, cuja primeira pedra acaba de ser lançada no município do Soyo, província do Zaire, produza anualmente cerca de 1,2 milhões de toneladas de ureia.
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Angola vai contar nos próximos anos com uma fábrica de fertilizantes capaz de produzir anualmente cerca de 1,2 milhões de toneladas, como garantiu nesta Terça-feira, 28, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, no acto de lançamento da primeira pedra para a construção da infra-estrutura, que teve lugar no Soyo, província do Zaire.

De acordo com uma nota de imprensa enviada à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, a iniciativa, que junta a petrolífera angolana Sonangol e o grupo empresarial OPAIA, além do Banco Africano de Exportação e Importação (Afreximbank), resultará, dentro de cerca de quatro anos, na construção do Complexo Industrial de Fertilizantes, orçado em 2,2 mil milhões de dólares americanos.

O que se pretende, indica o documento, é que a fábrica venha a garantir, na totalidade, o suprimento das necessidades da agropecuária nacional, e que o excedente seja exportado para países da região e para o mundo, contribuindo para a estabilidade da produção e economia internacional.

“Auguramos, com este investimento, o crescimento da indústria petroquímica e do agronegócio, bem como o desenvolvimento industrial deste município do Soyo, proporcionando mais postos de trabalho directos e indirectos, com impacto positivo na melhoria de vida da comunidade local e dos angolanos, de uma maneira geral”, afirmou Diamantino Azevedo, ao mesmo tempo que apelou aos investidores [Sonangol e grupo OPAIA] para que cumpram com os planos e que, “no tempo previsto, a fábrica de fertilizantes esteja pronta e a produzir”.

O contacto entre a Sonangol e o OPAIA aconteceu em 2019 e, de lá para cá, a comunicação fluiu, culminando no projecto do Complexo Industrial de Fertilizantes, cuja entrada em funcionamento está prevista para Janeiro ou Março de 2026, explica a nota.

“A Sonangol E.P no âmbito da implementação do seu Plano Estratégico de Promoção do Negócio de Petroquímica, abraçou o convite do grupo OPAIA, SA para a promoção e construção de uma fábrica de fertilizantes, orçado em 2,2 mil milhões de dólares americanos, com uma participação acionista inicial de 10% na sociedade AMUFERT,SA e que, fruto da cooperação e trabalho realizado entre as nossas empresas, permitiu-nos hoje fazer o lançamento da primeira pedra, que simboliza o início da empreitada do projecto a ser erguido no município do Soyo”, disse Sebastião Martins, PCA da petrolífera estatal angolana.

“Um sonho que começa a tornar-se realidade e que exigiu trabalho”, considera, por sua vez, o presidente do grupo OPAIA, Agostinho Kapaia. “Partimos da convicção de que queimando o ar obtemos a amónia, que se transforma em ureia, que aplicada na agricultura se transforma em alimento. Foi com este sonho que começamos a jornada que aqui nos traz[…], foi um trabalho duro. Hoje, o contexto actual justifica a oportunidade deste esforço empreendido”, destacou o empresário angolano.

Agostinho Kapaia considerou que a aposta numa unidade de produção pode gerar “extraordinários benefícios” para todos os stakeholders envolvidos, não apenas para os investidores, mas também para a comunidade local, os concidadãos, uma vez que, avançou, a iniciativa vai gerar 3 mil postos de trabalho directos, não contabilizando os indirectos e todas as oportunidades de trabalho para as empresas nacionais. “O universo agrícola também beneficiará da iniciativa de forma marcante, pois irá fornecer, com regularidade, 500 mil toneladas de fertilizantes”, acrescentou o PCA do OPAIA.

A ureia a ser produzida, é um fertilizante mineral que se apresentará na forma de grânulos brancos com 46% de nitrogênio, fórmula que confere o estatuto de fertilizante mais utilizado na agricultura mundial, pois favorece o crescimento vigoroso das culturas e permite colheitas em ciclos mais curtos, o que irá reforçar a alimentação da população mundial em crescimento exponencial, explicam os promotores do projecto.

Jaime pedro

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