4,2 mil milhões de kwanzas (cerca de 96,3 mil milhões de euros), é o total das receitas que Angola conseguiu arrecadar com a produção petrolífera no primeiro semestre, o que representa uma subida de 71,1% face ao período homólogo de 2021. As contas são da consultora Oxford Economics Africa, que explica que “apesar dos níveis historicamente baixos da produção petrolífera, as estatísticas do Ministério das Finanças de Angola continuam a mostrar uma forte melhoria nas receitas governamentais petrolíferas, principalmente devido aos preços mais elevados”.
Num comentário sobre a produção de petróleo em Angola a que a Lusa teve acesso, os analistas da Oxford Economics Africa preveem, até ao final do ano, um aumento na produção de 1,18 mil milhões de barris diários, contra os 1,13 milhões do ano passado.
Embora a estimativa seja positiva, os analistas consideram que o facto da China, o principal comprador do petróleo angolano (70%), poder ver-se obrigada a limitar a procura por crude – devido às restrições que possíveis novos surtos da Covid-19 possam acarretar –, representa uma ameaça à produção petrolífera no país.
De acordo com a mesma consultora internacional, os efeitos da guerra na Ucrânia também são uma ameaça. “Angola enfrenta uma forte competição da Rússia, que pode obrigar o país a descer o preço das cargas, já que a Rússia está a disponibilizar petróleo barato às refinarias chinesas num contexto de embargo do petróleo russo por parte de outros países; aliás, em maio, a Rússia já ultrapassou a Arábia Saudita com o principal fornecedor de petróleo à China”, destaca a Oxford Economics Africa.
Texto: Jaime Pedro com LUSA