Jorge Carlos Fonseca considera poder local uma das maiores conquistas de Cabo Verde

A institucionalização do poder local democrático é uma das mais importantes conquistas da democracia cabo-verdiana, porque tem permitido o exercício do poder de forma muito mais próxima do cidadão, considerou em Luanda Jorge Carlos Fonseca, ex-presidente de Cabo Verde, durante a 1ª Conferência Internacional sobre Gestão de Políticas Públicas e Administração Pública, que decorre na…
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Ex-presidente de Cabo Verde é de opinião que as autarquias permitem uma maior aproximação entre os cidadãos e a administração pública, possibilitando uma melhor relação entre os dois lados
Economia

A institucionalização do poder local democrático é uma das mais importantes conquistas da democracia cabo-verdiana, porque tem permitido o exercício do poder de forma muito mais próxima do cidadão, considerou em Luanda Jorge Carlos Fonseca, ex-presidente de Cabo Verde, durante a 1ª Conferência Internacional sobre Gestão de Políticas Públicas e Administração Pública, que decorre na capital angolana.

No evento, organizado pela Fundação Piedoso, instituição angolana que se dedica a causas filantrópicas, o antigo chefe de estado do arquipélago reforçou que “o fundamental é encontrar soluções, definir estruturas, definir critérios de uma administração pública, que esteja adaptada a servir as espectativas das necessidades e reivindicações das populações, mas também uma administração pública capaz de oferecer soluções e respostas as exigências impostas pelos impactos das crises”.

“Quanto mais próximo o poder estar das populações, tem condições de ser mais eficiente, porque conhece os problemas, é mais fácil dialogar com as organizações da sociedade e é mais fácil ter soluções”, reforçou o também académico, alertando, no entanto, que “a descentralização não pode enfraquecer o Estado” e, continuou, os desafios do funcionamento da administração pública dependem de cada país.

Por sua vez, Rui Teixeira, professor associado do Instituto Superior de Gestão de Portugal, que apresentou no evento o tema “Reforma de Estado, Perspectivas e Desafios”, considera que estamos a viver o que chamou de “nova narrativa política”, na gestão de políticas públicas, onde a sustentabilidade ecológica, a inclusão social e a transparência estão no centro da questão.

“Hoje nós não podemos entender a sustentabilidade ecológica, sem haver ética, sem haver inclusão social, sem haver transparência, sem haver bom governo. Tudo isto hoje é um conceito que faz parte da nova narrativa política […] Têm que ter, não só uma nova narrativa, mas como estrutura para corresponder a nova narrativa que se impõe nas sociedades”, disse o também consultor, complementando que “a mudança é uma mudança gradual, nós temos que definir para onde vamos, perceber quais são os sinais dos tempos e estes sinais estão nas narrativas modernas.”

O presidente fundador da Fundação Piedoso, Elias Chimuco, disse que a organização da 1ª Conferência Internacional sobre Gestão de Políticas Públicas e Administração Pública, insere-se nas estratégias da organização em contribuir para o desenvolvimento do país, através da partilha e discussão de conhecimento.

“Entendo que estamos na fase de, enquanto angolanos, contribuirmos para a nossa pátria. Esta pátria é nossa, é dos nossos pais, dos nossos ancestrais, temos que dar o nosso melhor para que, de facto, Angola se torne num país bom para se viver”, defendeu Elias Chimuco.

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