Risco de crédito em Angola aumentou no segundo trimestre deste ano, diz BNA

O nível de incumprimento da carteira de crédito do sector bancário angolano deteriorou 5,71%, no segundo trimestre deste ano, provocando um ligeiro aumento do risco de crédito, de acordo com os Indicadores de Estabilidade Financeira divulgados pelo banco central do país, compilados pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA. Os bancos públicos revelaram-se as instituições bancárias com maior…
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Os bancos públicos revelaram-se as instituições bancárias com maior apetite ao risco de crédito, com a taxa de cobertura de imparidades sobre o crédito a fixar-se nos 65,11%, avança o BNA.
Economia

O nível de incumprimento da carteira de crédito do sector bancário angolano deteriorou 5,71%, no segundo trimestre deste ano, provocando um ligeiro aumento do risco de crédito, de acordo com os Indicadores de Estabilidade Financeira divulgados pelo banco central do país, compilados pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA.

Os bancos públicos revelaram-se as instituições bancárias com maior apetite ao risco de crédito, com a taxa de cobertura de imparidades sobre o crédito a fixar-se nos 65,11%, superior aos bancos privados nacionais e aos bancos privados com participação estrangeira, que registaram cerca de 28,01% e 4,83%, respectivamente.

Os indicadores avançam ainda que a carteira de crédito totalizou 4,78 mil milhões de kwanzas, sendo que o crédito em moeda nacional representava 84,31% da carteira total, com o sector privado, nomeadamente, “comércio por grosso”, “particulares” e “construção”, a apresentarem maior concentração, perfazendo um peso agregado de 55,39%.

Por sua vez, os depósitos totalizaram 13,00 mil milhões de kwanzas, sendo provenientes sobretudo dos sectores de “particulares”, “administração pública e defesa”, segurança social obrigatória” e de “actividades financeiras e de seguros”, que representam 48,78% do total dos depósitos.

No período em análise, o activo do sector bancário totalizou 16,94 mil milhões de kwanzas, sendo que as aplicações em Títulos de Valores Mobiliários (TVM) representavam cerca de um terço do património global da banca, enquanto os depósitos dos clientes mantêm-se como a maior fonte de financiamento do sector, onde o passivo total da banca atingiu uma cifra de 14,91 mil milhões de kwanzas.

De acordo com o Banco Nacional de Angola (BNA), 151,98 mil milhões de Kwanzas (equivalente a 350,78 milhões de dólares) é o montante que corresponde aos 142 processos registados na carteira de crédito do sector bancário, tendo em conta o Aviso nº 10/12 de 06 de Abril, sobre a concessão de crédito ao sector real da economia.

No que tem que ver com o sector financeiro não-bancário, o órgão regulador destaca a diminuição do volume de microcrédito concedido pelas Sociedades destinadas a este fim, que atingiu um total de 3,69 mil milhões de kwanzas. Em contrapartida, a taxa de juro média mensal diminuiu de 7,81% para 6,57%.

Os Indicadores de Estabilidade Financeira referentes ao segundo trimestre do ano em curso dão ainda conta de uma diminuição de 1,7% nas reclamações registadas, passando para 6967 em Junho de 2022, com destaque para as reivindicações relativas a cartões de débito e internet banking.

No período em referência, indica o documento, o BNA instruiu 254 processos de accção sancionatória, sendo que 55,5% à instituições financeiras bancárias e 44,5% à instituições financeiras não-bancárias.

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