“O objectivo da Sumol+Compal é consolidar a liderança em Moçambique”

Quais os pontos estratégicos que justificam a presença da Sumol+Compal em Moçambique? Acreditamos no potencial de crescimento económico e demográfico do país. A afinidade com Portugal potencia a notoriedade das nossas marcas. A presença da Sumol+Compal no país tem sido consistente… A Sumol+Compal Moçambique, SA tem nove anos e resulta do investimento do grupo Sumol+Compal,…
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O administrador-delegado da Sumol+Compal Moçambique, Bruno Felício, garante que a empresa está no país para ficar. Em curso está a expansão da fábrica de Boane, onde investiram 10 milhões de dólares.
Economia

Quais os pontos estratégicos que justificam a presença da Sumol+Compal em Moçambique?

Acreditamos no potencial de crescimento económico e demográfico do país. A afinidade com Portugal potencia a notoriedade das nossas marcas.

A presença da Sumol+Compal no país tem sido consistente…

A Sumol+Compal Moçambique, SA tem nove anos e resulta do investimento do grupo Sumol+Compal, sendo o seu primeiro projecto de internacionalização com produção própria, a partir da fusão dos grupos Sumol e Compal ocorrida em 2010. A S+C MZ é hoje uma das TOP20 maiores empresas na indústria transformadora em Moçambique, e que tem registado crescimento consistente e acelerado nos últimos anos, fruto do investimento que temos vindo a fazer na marca COMPAL em Moçambique. O sucesso do projecto é baseado na capacidade de resiliência da equipa e uma aposta constante de Inovação e adaptação relevante para as necessidades dos consumidores. A marca Compal é reconhecida como uma marca que cultiva e amplia os valores da cultura moçambicana cumprindo os mais elevados padrões de qualidade, mantendo pelo quarto ano consecutivo a mais elevada certificação global de segurança alimentar, BRC (Global Standard for Food Safety) conferindo à marca um símbolo de qualidade, segurança e responsabilidade alimentar.

Face a este cenário tornou-se necessário reforçar a capacidade de produção?

O crescimento do volume de negócios no mercado moçambicano [o volume de negócios cresceu 43,9% em 2021] trouxe novos desafios e a estratégia passou por investir no aumento de capacidade produtiva e no aumento de capacidade logística da fábrica em Boane. O plano de investimento de expansão e requalificação da fábrica está a decorrer e está prevista terminar no segundo semestre 2022. Estimamos ficar com uma capacidade produtiva de 30 milhões de litros e o dobro da nossa capacidade logística em armazenar produto acabado. São sinais de crescimento, são sinais que viemos para ficar.

Qual o volume de investimentos previsto no país e o destino?

Já realizámos um investimento na ordem dos 10 milhões de dólares americanos, estando em curso investimentos relevantes na ampliação e requalificação da nossa fábrica em Boane. Empregamos cerca de 100 pessoas, na sua larga maioria moçambicanos.

De que forma a recente visita do Primeiro-ministro, António Costa, a Moçambique poderá impulsionar ou melhorar a concretização dos negócios da Sumol+Compal no país?

Dando visibilidade ao investimento directo português e reduzindo alguns custos de contexto, como o acesso a vistos de trabalho por cidadãos portugueses de modo a mitigar o déficit de qualificação dos recursos humanos locais.

Quais os objectivos de futuro para a Sumol+Compal Moçambique?

Os nossos objectivos passam por consolidar a liderança em Moçambique e alargar a presença da marca na região através de exportações feitas a partir de Moçambique para a região, e também participar no desenvolvimento de cadeias de valor da fruta local como matéria-prima para os nossos sumos. Na estratégia de lançamento da marca ‘COMPAL da Terra’ todos os ingredientes de fruta usados na formulação são maioritariamente frutas conhecidas e existentes em Moçambique, permitindo assim criar escala para essas frutas, de forma a permitir dinamizar as cadeias de valor locais quando possível.

A empresa está a contribuir para a industrialização de Moçambique…

Moçambique está a fazer o caminho da industrialização com alguns bons exemplos, mas ainda é um país com elevada percentagem do seu consumo assegurada por importações, sobretudo da vizinha África do Sul. Actualmente, existe muito pouca indústria a fazer processamento de fruta na região, e a Sumol+Compal tem a ambição de ser um dinamizador desta futura atividade. Temos um plano e estamos a desenvolver contatos com possíveis parceiros na região, de forma a alargar a compra a várias frutas. O projecto da S+C Moçambique é o reconhecimento de que é possível investimento direto português contribuir para o desenvolvimento do país, para a criação de emprego e dinamização da economia com produtos de elevada qualidade.

Para quem investe no país, quais os constrangimentos que ainda enfrenta?

As elevadas taxas de juro, o risco cambial e o nível de qualificação dos recursos humanos são constrangimentos relevantes a ter em conta. A infraestrutura rodoviária condiciona fortemente a operação logística de abastecimento do mercado.  

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