Empréstimo para os países pobres já custa mais que o triplo dos juros dos EUA

Subiu 5,7 pontos percentuais (p.p) o aumento do custo de endividamento para os países de baixo rendimento, em média, o triplo dos juros nos Estados Unidos da América (EUA), o que afasta dois terços dos países pobres dos mercados financeiros. Segundo a análise da organização não governamental (ONG), Debt Justice, enviada a Lusa, a média…
ebenhack/AP
Segundo a ONG Debt Justice, para dois terços dos países de menor rendimento, as taxas de juro estão tão elevadas que esses países estão provavelmente impossibilitados de contrair novos empréstimos.
Economia

Subiu 5,7 pontos percentuais (p.p) o aumento do custo de endividamento para os países de baixo rendimento, em média, o triplo dos juros nos Estados Unidos da América (EUA), o que afasta dois terços dos países pobres dos mercados financeiros.

Segundo a análise da organização não governamental (ONG), Debt Justice, enviada a Lusa, a média das taxas de juro sobre novos empréstimos cobradas a países de baixo rendimento subiram 5,7 pp este ano, quase três vezes a taxa de aumento dos juros dos EUA.

“Para dois terços dos países de menor rendimento, as taxas de juro estão tão elevadas que esses países estão provavelmente impossibilitados de contrair novos empréstimos de credores privados externos”, explica a ONG na nota.

Angola está entre os países que enfrentam taxas de juro acima de 10% se quiserem ir ao mercado, segundo a Debt Justice.

Os activistas alertam que a crise da dívida que afecta os países mais pobres, entre os quais estão vários na África subsaariana, está a agravar-se com a deterioração das condições financeiras, a que se junta a emergência climática.

Etiópia, Gana, Tunísia e Zâmbia, El Salvador, Maldivas, Paquistão, Sri Lanka e Ucrânia são os nove países, do grupo das 27 nações com “mais baixo rendimento”, com juros acima de 20%, segundo a Debt Justice.

Outros dez, acrescenta o documento, enfrentam taxas de juro acima de 10% se quiserem ir ao mercado, e neste lote está Angola, para além de outros como Camarões, Egito, Quénia, Nigéria ou o Ruanda.

“Esta taxa de juro é a medida do que seria a taxa de juro de novos empréstimos do sector privado, embora taxas acima de 10% sugiram que o endividamento não será possível”, aponta a ONG.

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