“Há uma grande procura por um serviço moderno de transporte urbano em Angola”

“Hábil em análise de negócios, solução de problemas e gerenciamento”. É assim que se descreve Ivan Mugimbo, jovem angolano de 33 anos de idade, consultor sénior, com um histórico comprovado de trabalho na indústria. Em 2022, Ivan trouxe para Angola um aplicativo internacional de transportes, que está a optimizar o tempo gasto na estrada, o…
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Em 2022, Ivan Mugimbo trouxe para Angola um aplicativo internacional de transportes, com origem na Holanda, que está a optimizar o tempo gasto nas estradas, o Yango.
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“Hábil em análise de negócios, solução de problemas e gerenciamento”. É assim que se descreve Ivan Mugimbo, jovem angolano de 33 anos de idade, consultor sénior, com um histórico comprovado de trabalho na indústria. Em 2022, Ivan trouxe para Angola um aplicativo internacional de transportes, que está a optimizar o tempo gasto na estrada, o Yango.

Actualmente, Mugimbo desempenha a função de director-geral da plataforma Yango em Angola, um serviço internacional para encomendar táxi online, através de um aplicativo para telefones inteligentes. Originária da Holanda, a marca já opera em 19 países da Europa, Ásia Central, Médio Oriente e África – onde se inclui Angola, Moçambique, Costa do Marfim, Gana, Camarões, Senegal e Zâmbia, sendo que cada país possui uma direcção local.

Em   Angola, a tarifa mínima, a partida, é de 560 kwanzas para cinco quilómetros, depois começa-se a calcular a distância através de um mapa.

A paixão do jovem Ivan Mugimbo pela mobilidade, segundo conta à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, surgiu quando ainda era estudante numa universidade em Joanesburgo, África do Sul, onde terminou a licenciatura, depois de frequentar o ensino de base no Zimbabwe.

No último ano do curso, ao ter de criar um projecto com impacto para a sociedade, optou por trabalhar o tema da mobilidade, por ser um utilizador da rede de autocarros da cidade.  O projecto tinha como objectivo simplificar o modo como a informação sobre os horários e trajectos dos autocarros eram disponibilizados aos utentes dos transportes.

Para isso,  desenharam um sistema que integrava GPS em todos os autocarros públicos e os utentes teriam acesso à informação, em tempo real, da rota dos autocarros, através de um aplicativo. O sistema incluía também informação do autocarro correcto, consoante o seu destino. O projecto acabou por sair vencedor no concurso escolar.

“A Yango não gere frotas, disponibiliza a tecnologia a pequenas e médias empresas que queiram rentabilizar as suas frotas. A gestão das viaturas e dos motoristas é assegurada por empresas locais, constituídas legalmente. A Yango  disponibiliza apenas a tecnologia”, explica o empreendedor.

Sabendo das dificuldades que existiam em Angola a nível da mobilidade, ficou o sonho de um dia conseguir ajudar a resolver esse tipo de desafios.

Mas, antes de se juntar à Yango como Director-geral teve uma carreira no mundo da consultoria, na área financeira e no sector petrolífero, sempre com o objectivo de criar soluções tecnológicas para ajudar a resolver os problemas das empresas.

A paixão pela mobilidade urbana

Ivan Mugimbo acredita que os governos devem alavancar a tecnologia para desenvolver e identificar soluções que impactam positivamente na vida das pessoas. “A insipiência dos transportes urbanos cria muitas dificuldades e tem impacto no rendimento laboral e no consumo de forma geral”, defende, salientado que, empresas como a Yango têm alterado este panorama, “visto que hoje já é possível verificar que é mais fácil deslocar-se por Luanda usando aplicações de mobilidade urbana”.

O gestor acredita que as tecnologias inteligentes podem fazer uma grande mudança na vida quotidiana das pessoas, tornando-a mais confortável e segura. “Esperamos que os nossos clientes em Angola apreciem as vantagens da Yango”, finalizou.

De acordo com Ivan, no médio prazo, o foco é Angola, não havendo intenção para expansão noutros países.

Importa referir que a Yango não é uma empresa de táxis, mas um serviço online. É, na prática, uma plataforma que conecta passageiros e fornecedores de serviços de táxi.  Actualmente conta com mais de mil viaturas. As receitas são partilhadas, entre a Yango, empresas de transportes e motoristas, mas o gestor preferiu não avançar os números. Na administração, a Yango conta com 15 colaboradores, que têm como tarefas catalogar novos motoristas e dar formação sobre a actividade de táxi personalizado.

Modelo de negócio

Segundo explica Ivan Mugimbo, a Yango não trabalha directamente com motoristas, mas sim com empresas parceiras, divididas em dois tipos, as agregadoras e as com frota própria. As agregadoras, especifica, são empresas no ramo de transportes que fazem gestão dos motoristas e ou viaturas de terceiros que se cadastram na Yango.

“Um motorista ao se cadastrar na Yango devem, obrigatoriamente, trabalhar com um dos nossos parceiros. O Parceiro tem a obrigação de formar, incentivar, dar suporte e pagar o bónus ao motorista. Por essa gestão o Parceiro ganha 3% em cada corrida que o motorista completar e 10% vai para Yango”, refere.

Já os “Parceiros Frota Própria”, são aquelas empresas que compram viaturas próprias para rentabilizar na Yango. Estes parceiros ficam com 90% do lucro e pagam apenas 10% à Yango.

Adicionalmente, garante Mugimbo, oferece bónus a condutores que atingem a meta semanal de corridas. Por exemplo, frisa, caso o motorista complete 120 corridas na semana ganha mais de 100.000 kz de bónus. “os bónus são ajustados regularmente”, adianta.

Entretanto, ainda este ano, a Yango perspectiva fazer chegar os seus serviços em outras províncias do país, além de Luanda. Para o efeito, o seu director-geral assegura estarem neste momento a fazer estudos de mercado em duas cidades, que por “questões de não despertar a atenção da concorrência”, solicitou que não divulgássemos de que províncias se tratam.

*José Zangui

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