O secretário geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Costa Carlos, disse, esta semana, que foi informado pelo Governo são-tomense de que não haverá aumento do salário mínimo na função pública este ano, contrariando um acordo já estabelecido em Março de 2022.
“Terminantemente o Governo diz que este ano não vai haver aumento salarial, mas nós vimos um acordo assinado há um tempo a esta parte com outro Governo em que o salário deveria subir de forma gradativa até os 4.500 dobras (cerca de 180 euros em 2024)”, disse Costa Carlos no final da segunda reunião do Conselho de Concertação Social, realizada na Terça-feira, 0a4, sob a presidência do primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada.
No ano passado, o salário mínimo na função pública são-tomense mais do que duplicou de 1.100 para 2.500 dobras (cerca de 100 euros), ficando definido o aumento para 3.500 (cerca de 140 euros) em 2023 e atingir 4.500 dobras (cerca de 180 euros) em 2024.
“Não estando desenhado esta possibilidade, encontramos outra forma de irmos falando, sector por sector, sindicato por sindicato, com o Governo, para se encontrar uma maneira airosa de se resolver a questão, porque chegar e dizer aos colegas apenas que não há aumento salarial, eu acho que vamos entrar numa convulsão social e não é essa a nossa intenção”, disse o líder sindical, citado pela Lusa.
O secretário-geral da UGT esclarece que o Governo admitiu analisar a situação dos sindicatos de forma sectorial, antes de concluir a elaboração do Orçamento Geral do Estado (OGE).
“Havemos de voltar aqui nos próximos dias para tomarmos contacto com o Orçamento já desenhado e concluído e aí sim, já teremos uma outra intervenção, uma outra noção do que será a vida dos trabalhadores para este ano, tendo em conta que a inflação está bastante alta. Vem aí o Imposto Sobre o Valor Acrescentado (IVA), vêm aí outros impostos”, adiantou o líder sindical.
Costa Carlos disse que as grandes linhas do OGE apresentadas pelo Governo liderado pelo primeiro-ministro, Patrice Trovoada, “não animam” os sindicatos e “não trazem coisas boas para a classe trabalhadora”.
*Adnardo Barros