Opinião

Maximização de resultados: a regra dos 85%

Lígia Monteiro

Enquanto sociedade, fomos habituados desde cedo a ideia do “tudo ou nada” em diferentes áreas e campos da nossa vida, acreditando que um bom desempenho tem que estar inevitavelmente associado a uma potencialização máxima de resultados, e que a mesma só poderá ser alcançada com imenso sacrifício e algumas quantas “dores de crescimento” pelo caminho.
Mas será que a melhor abordagem está no óbvio? Os peritos acreditam que não.

De acordo com a Harvard Business Review, se quisermos atingir bons resultados temos que restringir a sobrecarga de esforço. Conseguir operar a 100% durante o tempo inteiro é pouco favorável se tivermos em conta que a pressão para o perfeccionismo, leva muitos profissionais e colaboradores até um esgotamento total, criando um efeito dominó que acaba por afetar todos os outros sectores. Como diria Greg McKeown, consultor especializado em liderança e estratégia: “o trabalho árduo é importante, porém, mais esforço não gera necessariamente mais resultados.”

O mercado empresarial está em mutação, e hoje em dia o capital humano é tido em conta como nunca antes havia sido.
Se antigamente a maioria dos funcionários concluía a sua carreira com 30 ou 40 anos de casa, lidando com qualquer tipo de condição imposta, actualmente o cenário é bastante diferente. As pessoas procuram estabilidade, mas acima de tudo uma cultura organizacional que lhes permita conjugar responsabilidade de afazeres com um bom ambiente de trabalho.

As empresas que negligenciam a satisfação interna dos seus colaboradores, acabam inevitavelmente por colocar em cheque o seu produto, e a matemática é simples: um processo de venda ou entrega de serviços é um reflexo direto da motivação de quem trabalha por detrás das cortinas.
De acordo com um estudo realizado pela Fast Company, se um funcionário sentir-se feliz e motivado, terá uma maior capacidade de resposta para resolver problemas com eficiência.
Com mais capacitação e investimento no grau acadêmico, os novos profissionais desta geração vão em busca de um perfil empresarial que lhes proporcione maior flexibilidade para conciliar a sua carreira e o seu bem- estar pessoal. E acredite, eles estão aqui para quebrar paradigmas.

Desde o conceito “time shift,” que é um método de trabalho adotado por algumas companhias de maneira a criar um cronograma não convencional que otimiza a produtividade e o desempenho do trabalhador, até a questão da semana laboral de 4 dias ou ainda o teletrabalho, é evidente que progressos estão a ser feitos, tornando os horários fixos e as hierarquias coisas do passado. É necessário que se preze pela qualidade das ações e não necessariamente pela quantidade de tarefas concluídas. A isto chama-se “trabalho inteligente”.

Sintetizando de forma clara, os colaboradores são o selo de imagem de uma companhia, logo, colaboradores capacitados e satisfeitos, criam companhias capacitadas e apelativas.

Por Lígia Monteiro – Analista de Política Internacional

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