O crescimento económico da África Subsaariana deverá recuperar e situar-se em 4,0% em 2024, segundo aponta o “Relatório sobre as Perspectivas Económicas Regionais da África Subsaariana” do Fundo Monetário Internacional (FMI).
“As estimativas do modelo sugerem que a recuperação da região pode já ter começado, apesar dos dados do PIB para a maioria dos países ainda só estarem disponíveis para o primeiro trimestre de 2023. Mas os indicadores de alta frequência mostram que a actividade agregada da região melhorou no segundo trimestre”, indica o documento apresentado, há dias, na capital angolana, em Luanda.
Entretanto, assinala o FMI, a “escassez disruptiva” de energia na África do Sul, importante para a região, aumentou significativamente em 2022 e afectou o crescimento do país em 2023. Mesmo nestas circunstâncias, descreve a instituição financeira, os resultados do primeiro semestre do ano excederam as expectativas devido ao impacto inferior ao projectado da escassez de energia e à resiliência contínua do sector dos serviços.
“Em termos prospectivos, a dimensão relativa da África do Sul (19,5% do PIB regional) significa que o crescimento regional médio em 2024 reflectirá, em grande medida, a futura recuperação económica da África do Sul, que, por sua vez, será impulsionada pelas medidas tomadas pelo país para resolver os problemas prementes no sector da energia”, lê-se no relatório.
A queda dos preços das matérias-primas continuará a pesar nas exportações na maioria das economias ricas em recursos naturais, mas o crescimento global melhorará, passando de 2,6% em 2023 para 3,2% em 2024, impulsionado sobretudo pelo consumo privado e, em alguns casos, pelo lançamento ou relançamento de vários projectos de hidrocarbonetos (Níger, Senegal) e projectos mineiros que começam a produzir (Libéria, Mali, República Demográfica do Congo e Serra Leoa).
Por outro lado, detalha o Fundo Monetário Internacional, o crescimento nos países pobres em recursos naturais será apoiado tanto pelo consumo como pelo investimento, prevendo-se que melhore de 5,3% para uns “impressionantes” 5,9%.
“Esta recuperação, a duas velocidades, é um padrão de longa data, tornando-se particularmente acentuado após o choque dos preços das matérias-primas em 2015”, lembra o FMI.
No entanto, nenhum grupo de países deverá recuperar completamente o terreno perdido na crise, mas aqueles que não dispõem de recursos naturais revelaram-se mais resilientes graças à maior diversificação das suas economias, diz o FMI no relatório que projecta o comportamento das economias da região subsaariana de África.