Angola gasta, mensalmente, cerca de 40 milhões de dólares na importação de roupas usadas (balões de fardos), revelou esta Quarta-feira, 08, em Luanda, o ministro de Estado para Coordenação Económica, José de Lima Massano.
O governante, que falava no final da reunião de trabalho entre o Corpo Directivo da Associação da Indústria Têxtil e de confecções de Angola (AITECA), considerou ser uma “factura insustentável”.
“Não pode ser tão difícil o país organizar-se para produzir vestuário para atender às necessidades mais básicas dos cidadãos. Este é o exercício que estamos a fazer. Para isso, tivemos que continuar a proteger e irmos com medidas objectivas e concretas para transmitir aos gestores e empresários que o sentido é produção e olhar para dentro”, frisou.
Quanto à fábrica angolana Textang II, José de Lima Massano referiu que o exercício de pôr a unidade em funcionamento começa a gerar os seus frutos, apesar de ter uma capacidade de produção ainda não totalmente explorada.
“Hoje a Textang II está com cerca de 10% da capacidade instalada”, indicou.
Na elaboração do Orçamento Geral do Estado (OGE) para o exercício económico de 2024, segundo o ministro de Estado para Coordenação Económica, o Governo [de Angola] considerou a emissão de garantias soberanas, no montante de 330 mil milhões de kwanzas (cerca de 398,1 milhões de dólares).
“Este é um dos sectores que vai tirar benefício desta facilidade. Nós vamos usar não apenas para potenciar no sentido de mais produção e atingirmos o limite da capacidade, mas também de cuidarmos da integração, concretamente a produção de algodão, que ainda é essencialmente importado. Mas o nosso compromisso é de até 2027 sermos autossuficientes na produção de algodão”, garantiu.
Por sua vez, o presidente do conselho de administração do grupo Alcaal Angola, proprietário da fábrica Textang II, Jorge do Amaral, anunciou que vão lançar de imediato um plano de plantação de algodão em grande escala para que, em quatro anos, a indústria têxtil angolana seja autossuficiente.
“Durante este processo, vamos importar algodão para cobrir as necessidades das fábricas, mas o grande objectivo é estabelecer a autossuficiência do algodão produzido em Angola, plantando 30 mil hectares no país. Já estamos a fazer experiência de algodão na Baixa de Cassanje”, informou o gestor.