Startups de Cabo Verde buscam parceiros estratégicos na Web Summit

Dez startups cabo-verdianas estão presentes em Portugal, na maior feira internacional de tecnologia, a Web Summit 2023, à busca de parceiros estratégicos e investidores. Em entrevista à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, alguns expositores falaram dos produtos e ideias que levaram ao evento para convencerem e captarem o maior número de parceiros e investidores para suas marcas…
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Dez startups cabo-verdianas de base tecnológica buscam por novas parcerias e investimentos para alavancarem os seus negócios, na maior feira internacional de tecnologia, que decorre em Lisboa, .
Negócios

Dez startups cabo-verdianas estão presentes em Portugal, na maior feira internacional de tecnologia, a Web Summit 2023, à busca de parceiros estratégicos e investidores.

Em entrevista à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, alguns expositores falaram dos produtos e ideias que levaram ao evento para convencerem e captarem o maior número de parceiros e investidores para suas marcas e projectos.

Danila Silva, da empresa Chuva, afirma que a missão principal na Web Summit é atrair investidores e parceiros interessados a investir “na tecnologia de ponta Made in Africa e Made in Cabo Verde”. A start-up Chuva levou para Web Summit o software “Less”, que Danila garante ser solução tecnológica “que vem para revolucionar o desenvolvimento de softwares a nível mundial”.

O principal objectivo do “Less”, de acordo com a empreendedora, é entrar no mercado africano, onde diz não possuir concorrentes directos.

“A Chuva faz muita coisa, mas, tudo com o mesmo objectivo, que é criar comunidades sustentáveis e nos nossos valores, através da arte tecnologia que é o ‘Ubunto’. Isto para dizer que nós estamos muito voltado para a nossa comunidade e que estamos a trabalhar nela utilizando a tecnologia como uma ferramenta para a contribuir para o nosso ecossistema para fazer facto o nome da Cabo Verde”, referiu.

Daniela explica ainda que a empresa trabalhar com vários softwares, utilizando a tecnologia como uma ferramenta para a contribuir para o ecossistema e que o “Less” é, praticamente, “uma tecnologia que veio reduzir o tempo de desenvolvimento e o custo em 70%” para qualquer empresa ou entidade a desenvolver uma plataforma ou websites.

“O nosso público-alvo são as pequenas e médias empresas que, além de representarem a grande maioria do tecido empresarial Cabo-verdiano e Africano, são também as que mais dificuldades têm em manter uma presença forte na world wide web, devido à fragilidade dos seus recursos financeiros”, realçou.

A empresa busca um investimento inicial de 500 mil dólares e Daniela Silva diz acreditar que pode vir a resultar num retorno financeiro de até 8,5 milhões de dólares nos próximos três anos.

Já para Edson Custódio, da startup Nha cretcheu.com, uma plataforma marketplace para pagamentos de facturas e também supermercado online, a intenção da empresa é escalar para diáspora, começando por Portugal.

“Uma das diásporas com maior representação de cabo-verdianos é Portugal e, claro, queremos que os imigrantes que estão cá possam fazer compra do mês, os presentes de aniversário, do  Dia da Mãe, Dia do Pai e Natal, para enviar para os seus familiares que estão em Cabo verde, de forma rápida, simplificada e, claro, oferecer cestas básicas a compra de mês é essencial para essa conexão. É um envio de divisas para o mercado ao nosso país”, disse.

Por sua vez, a fundadora da empresa Come in CV,  Cátia Lush, que também pretende captar investimentos e parceria, explicou que a sua aplicação tem como público-alvo turistas e a diáspora cabo-verdiana, bem como residentes no país, na medida em que, indica, se posiciona igualmente como uma ferramenta que facilita aos promotores culturais a organização, gestão e divulgação dos seus eventos numa única plataforma.

“É uma ferramenta para ajudar os promotores a fazerem uma comunicação organizada dos seus eventos num único canal. Nós temos um enorme potencial criativo, com grandes eventos consolidados. Mas a dificuldade passa pela calendarização e planeamento desses eventos”, sustenta, acrescentando que “o Come in Cabo Verde é uma plataforma que oferece produtos turístico-culturais de forma organizada e planeada, com o objectivo de promover a imagem de Cabo Verde”.

À FORBES, Cátia Lush conta que a Come in Cabo Verde está organizada por temas, com ícones personalizados por áreas culturais e eventos que, clicando, dá acesso à sua respectiva programação. Segundo afirmou, “através de um simples registo”, os consumidores podem entrar no perfil dos promotores, ver e seguir os seus eventos, criando e alimentando assim uma rede cultural. Tendo uma conta no Come in Cabo Verde, prossegue, os consumidores recebem notificações instantâneas sobre actualizações feitas nos eventos que, de alguma forma, manifestaram interesse.

“É uma forma de ter tudo o que é cultura de Cabo Verde à palma da mão. Um caldeirão sobre o estilo do ser cabo-verdiano, que pretende integrar a vertente turística e ambiental”, enfatizou.

Kevin Delegado, outro cabo-verdiano que na Web Summit representante a startup Health 360 System – uma solução integrada e completa para as necessidades da gestão da saúde de municípios, clínicas, hospitais, unidades básicas e outras -, garantiu ter já fechado várias parcerias com algumas empresas.

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