O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, considerou esta semana, em Luanda, que os dados referentes ao “Aviso nº 10/23, de 6 de Abril”, sinalizam que este tem tido um impacto significativo no crédito à economia, sendo que desde a sua implementação até Outubro do corrente ano, permitiu a disponibilização, em projectos de créditos contratualizado pela banca, de mais de 1 bilião de kwanzas.
Manuel Tiago Dias, que falava durante o XII Fórum Economia e Finanças, promovido pela Associação Angolana de Bancos (ABANC), detalhou que tal montante, “disponibilizado no âmbito dos diversos avisos publicados pelo BNA”, corresponde a 16,36% da carteira global do crédito bancário e 78% da carteira de crédito alocada para o sector real da economia, com destaque para os da indústria transformadora, mas sobretudo da agricultura, produção animal, caça, florestas e pescas.
“O Banco Nacional de Angola tem procurado apoiar os diferentes programas que visam impulsionar a diversificação da economia, mediante directrizes e políticas financeiras que afectam a disponibilidade do crédito e investimento, em vários sectores da economia”, referiu líder máximo do órgão regulador do mercado bancário angolano.
Segundo o governador do banco central, os projecto financiados ao abrigo do Aviso nº 10 permitiram a criação de mais de 46 mil postos de trabalho e, em termo de abrangência, as actividades financiadas foram alocadas em 17 províncias.
Paralelamente, prosseguiu o gestor, “com o fim de contribuir para a realização do sonho da casa própria e dinamizar o sector mobiliário”, o BNA publicou o Aviso nº 9/2022 de 06 de Abril, sobre o Regime especial para o Crédito à Habitação e Construção, “tendo posteriormente revisto o referido normativo e publicado o aviso número 9/2023 de 03 de Agosto, fase aos constrangimentos verificados, bem como as diferentes alterações sociais e administrativas”.
Entretanto, Manuel Tiago Dias indicou que a representatividade do sector informal, baixos níveis de literacia e inclusão financeira, constituem grandes desafios para a diversificação económica e desenvolvimento do sistema financeiro nacional.
“Apesar dos programas já realizados, reconhecemos que existe um caminho longo a ser percorrido para se alcançar níveis de profundidade do sistema financeiro, diversificação económica e crescimento sustentável”, apontou, no evento que visou saudar o 25º aniversário da ABANC.
O homem forte do banco central angolano justificou que, “por este motivo”, foi constituído o Comité de Coordenação da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira, “que congrega os principais intervenientes da sociedade numa mesma missão e visão, com o propósito de incrementar os níveis de acesso da população e das empresas aos produtos e serviços financeiros, financiamento à economia, expansão da actividade económica, redução das desigualdades sociais e melhoria do bem-estar da população”.
*Napiri Lufánia