BFA antecipa crescimento económico “significativo” para Angola em 2024

O Banco de Fomento Angola (BFA) reviu em alta as suas previsões económicas para Angola, afirmando que o país poderá escapar à recessão em 2023, com uma projecção de expansão económica de até 1%, acelerando para um impressionante 2,4% em 2024. Em entrevista à Lusa, José Miguel Cerdeira, economista-chefe do BFA, explicou os motivos por…
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banco surpreende ao prever um crescimento económico de até 2,4% para Angola em 2023, saindo da recessão. José Miguel Cerdeira, economista-chefe do BFA, destaca o desempenho resiliente do país.
Economia

O Banco de Fomento Angola (BFA) reviu em alta as suas previsões económicas para Angola, afirmando que o país poderá escapar à recessão em 2023, com uma projecção de expansão económica de até 1%, acelerando para um impressionante 2,4% em 2024.

Em entrevista à Lusa, José Miguel Cerdeira, economista-chefe do BFA, explicou os motivos por trás desta reviravolta económica, destacando, por um lado, a recuperação inesperada na segunda metade de 2023, resultando numa quebra mais suave do Produto Interno Bruto (PIB) petrolífero, estimada entre 1,7% e 2,2%.

O responsável enfatizou a possibilidade de crescimento no último trimestre, desafiando as projecções iniciais de uma queda acentuada entre 5% a 6%. Além disso, o economista apontou para a resiliência de sectores não petrolíferos, originalmente previstos para entrar em recessão, que têm mantido a estabilidade face à depreciação e inflação.

Quando questionado sobre as perspetivas para a economia angolana em 2023, Cerdeira expressou confiança numa aceleração na expansão da actividade económica, embora se mantenha abaixo dos 3%. Para 2024, projectou uma melhoria marginal, atribuindo condicionantes à componente cambial, prevendo um crescimento entre 1,9% e 2,4%.

De acordo com a Lusa, o especialista ressaltou que “o Estado angolano enfrenta desafios financeiros significativos”, com amortizações em moeda externa e menor disponibilidade de financiamento externo para a Tesouraria. Essa pressão, acrescenta, levou a uma forte diminuição da dívida pública externa nos últimos três trimestres, totalizando cerca de 3 mil milhões de dólares.

A saída de moeda estrangeira está a exercer pressão no mercado cambial e na disponibilidade de divisas, afectando os gastos estatais. Cerdeira destacou que a economia não-petrolífera, dependente de importações e da confiança dos agentes económicos, enfrentará uma subida gradual, com um crescimento entre 2,4% e 2,9%.

Para a economia petrolífera, o funcionário do BFA estimou um cenário entre a estagnação e um crescimento ligeiro, contribuindo para um crescimento total entre 1,9% e 2,4% este ano. Entretanto, alertou que os angolanos enfrentarão novamente uma subida dos preços, com a inflação a projectar-se para atingir os 24%, “a menos que o Banco Nacional de Angola adote uma política monetária mais restritiva do que a esperada”.

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