Angola é o país africano com maior risco de entrar em default, diz consultora

David Omojomolo, analista que segue a economia de Angola pela consultora Capital Economics, considerou esta semana que Angola é o país da África subsaariana mais em risco de entrar em incumprimento financeiro, depois dos defaults do Gana, Zâmbia e Etiópia. "Angola parece ser o próximo país mais em risco de entrar em incumprimento financeiro, devido…
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Angola parece ser o próximo país mais em risco de entrar em incumprimento financeiro, devido à sua elevada dívida em moeda estrangeira e exposição à China, considera analista da Capital Economics.
Economia

David Omojomolo, analista que segue a economia de Angola pela consultora Capital Economics, considerou esta semana que Angola é o país da África subsaariana mais em risco de entrar em incumprimento financeiro, depois dos defaults do Gana, Zâmbia e Etiópia.

“Angola parece ser o próximo país mais em risco de entrar em incumprimento financeiro, devido à sua elevada dívida em moeda estrangeira e exposição à China”, escreveu David Omojomolo, numa análise aos processos de reestruturação da dívida de vários países africanos.

Segundo a Lusa, no comentário enviado aos investidores, Omojomolo vinca que “o progresso relativamente rápido das conversações com os credores sobre a reestruturação da dívida do Gana contrasta com as lentas experiências da Etiópia e da Zâmbia”, o primeiro país a entrar em default na sequência dos impactos da pandemia de Covid-19, em 2021.

A diferença no andamento, salienta, “pode ser explicada pelo papel da China nas discussões, mas os credores privados também têm sido duros”, num contexto em que o Enquadramento Comum, uma espécie de mapa sobre como devem ser as negociações para a reestruturação da dívida, “se mostrou incapaz de colmatar as diferenças entre as perspectivas dos diferentes tipos de credores”.

Em Dezembro de 2022, a Etiópia tornou-se o terceiro país africano a entrar em default, quando falhou um pagamento da dívida, mas já antes várias instituições e bancos de desenvolvimento defendiam que era preciso encontrar um novo modelo que funcionasse quando um país é incapaz de pagar as suas prestações de dívida.

Para David Omojomolo, uma das questões que criou o acréscimo de dificuldade nos processos de reestruturação da dívida tem a ver com a mudança da composição dos credores, que são cada vez menos bilaterais e oficiais, ou seja, países e instituições financeiras multilaterais, e cada vez mais credores privados.

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