Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu baixar a taxa de juro de política monetária, designada por MIMO, de 17,25% em vigor desde Setembro de 2022, para 16,50%.
“Esta decisão é sustentada pela consolidação das perspectivas de manutenção da inflação em um dígito, no médio prazo, num contexto em que a avaliação dos riscos e incertezas associados às projecções da inflação é mais favorável”, justificou o banco central moçambicano, após a reunião do CPMO.
O governador do órgão regulador do mercado bancário, Rogério Lucas Zandamela, já tinha admitido ajustar a política monetária adoptada no último ano, face à contenção no aumento dos preços, segundo carta dirigida ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
“Com a inflação agora de volta ao centro do intervalo da meta, o Banco de Moçambique vai monitorizar cuidadosamente a necessidade de ajustar a política monetária para continuar a cumprir o seu mandato de estabilidade de preços”, lê-se na carta citada pela Lusa.
Na carta, com data de 19 de Dezembro e que integra a terceira avaliação e aprovação do programa de Facilidade de Crédito Alargado (ECF, na sigla em inglês) a Moçambique, concluído este mês pelo FMI, o governador do banco central recorda que em Março de 2022, quando a inflação “ainda estava abaixo das metas”, a instituição reagiu a um “aumento esperado” dos preços e face ao “impulso económico após o levantamento das restrições relacionadas com a Covid-19”.
Tal reação terá implicado o aumento da taxa directora (MIMO) em 200 pontos de base, de 13,25% para 15,25%, seguindo-se em Setembro de 2022 novo aumento na mesma proporção, que vigorou até agora.