O Governo de Moçambique está a planear utilizar financiamento público e privado para suportar os investimentos de 80 mil milhões de dólares (73 mil milhões de euros) da Estratégia de Transição Energética (ETS) até 2050, incluindo a emissão de dívida soberana.
De acordo com um documento que a Lusa teve acesso, diversas fontes de financiamento e instrumentos financeiros serão explorados, envolvendo instituições públicas e privadas, tanto nacionais como internacionais.
O documento destaca a importância de coordenar esforços para garantir que a capacidade de endividamento do país não seja comprometida e que a estratégia de financiamento seja adaptada à realidade fiscal de Moçambique.
A ETS é descrita como uma visão ambiciosa para transformar e expandir o sistema energético do país, proporcionando um impacto significativo e duradouro na população, impulsionando a industrialização e apoia os esforços regionais e globais de combate às alterações climáticas.
Os investimentos necessários para a ETS ultrapassam os 80 mil milhões de dólares entre 2024 e 2050, com a maior parte destinada ao setor elétrico, incluindo energia hidroelétrica e expansão da rede.
Projectos como parques fotovoltaicos e eólicos terrestres para ligação à rede nacional também requererão investimentos importantes, principalmente após 2030. Além disso, a promoção de soluções de acesso à energia e a descarbonização dos transportes são consideradas partes essenciais a serem garantidas no financiamento.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, destacou a importância da ETS durante a cimeira do clima em Dezembro passado, afirmando que colocará o país na vanguarda da inovação climática e o tornará um destino de investimento atrativo sustentável.
O Ministério dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique já anunciou investimentos de 80 mil milhões de dólares na Estratégia de Transição Energética, a serem implementados até 2050. Entre 2024 e 2030, o governo prevê adicionar 3,5 GigaWatts de nova capacidade hidroelétrica através da modernização das centrais existentes e da conclusão do projeto hidroelétrico Mphanda Nkuwa.