Cabo Verde tem melhor IDH dos lusófonos africanos enquanto Angola estagnou

O relatório de Desenvolvimento Humano 2023-2024, apresentado a 28 de Março, em Luanda, indica que Cabo Verde, na 131ª posição, é o país lusófono com melhor classificação no "Indicador de Desenvolvimento Humano (IDH)". Por outro lado, Angola ocupa a posição 150ª no IDH. Já Moçambique, ocupa a posição 160ª, conforme os dados do mesmo documento.…
ebenhack/AP
Relatório de Desenvolvimento Humano 2023-2024 indica inversão de marcha e aumento da distância entre países com elevado e baixo Índice de Desenvolvimento Humano.
Economia

O relatório de Desenvolvimento Humano 2023-2024, apresentado a 28 de Março, em Luanda, indica que Cabo Verde, na 131ª posição, é o país lusófono com melhor classificação no “Indicador de Desenvolvimento Humano (IDH)”.

Por outro lado, Angola ocupa a posição 150ª no IDH. Já Moçambique, ocupa a posição 160ª, conforme os dados do mesmo documento. Acresce a isso que Angola estagnou nas questões do desenvolvimento humano, como apontou o economista do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Lorenzo Mancini, que justificou a condição do país com os entraves provocados pela crise económica, “que afectou o rendimento per capita”.

Este movimento negativo, “inverte a caminhada que Angola vinha a ser feita desde 2002 para cá”, apontou Lorenzo Mancini, que não deixou de enfatizar os ganhos obtidos nas questões de esperança de vida, “que melhorou muito nos últimos 20 anos”.

Aumenta diferença entre os ‘bons e os maus’ no IDH

Por outro lado, o relatório de desenvolvimento humano do PNUD 2023-2024 destaca que a diferença entre os países que têm grande IDH e os que têm baixo tem vindo a aumentar. Uma questão que ganha outros contornos de importância, “porque já se viveu um período em que a diferença entre os países que têm elevado IDH e os que têm menos estava a diminuir nos anos 2000”.

O efeito se dá numa altura em que se vive a revolução digital e as alterações climáticas, “duas questões que têm de ser geridas e colaboração geral”, disse Pedro Conceição, director de desenvolvimento humano do PNUD, que participou de forma virtual.

Pedro Conceição disse ainda que o relatório é importante pelo que apresenta, mas ainda mais relevante pelo que pode resultar nas discussões que provoca.

Relatório aponta impasse

Lorenzo Mancini, economista do PNUD, explicou que a ideia central do relatório é a de haver um impasse, por conta daquilo que chamou “crise múltipla”, derivada da Covid-19, as guerras, a transformação digital e as alterações climáticas.

O especialista referiu também que o referido cenário levou a registada queda abrupta e generalizada no IDH, que tem vindo a ser recuperada, mas à uma velocidade “muito lenta”. A situação é de tal forma negativa hoje que, segundo Mancini, que se socorria de dados do relatório, cinco em cada dez pessoas sente que não tem qualquer controlo sobre a própria vida. A isso junta-se o facto de “até mesmo os países com grande IDH não apresentam bons indicadores na questão climática”.

Mais Artigos