“Sinto-me em casa”, assim afirmou Salif Keita em conferência de imprensa. O músico maliano não escondeu a emoção de finalmente poder atuar na terra de Cesária Évora, com quem fez o dueto “Yamore”. A diva dos pés descalços é uma das maiores referências musicais de Keita que caracterizou o encontro entre ambos como “divino”, justificando que “Cesária era a encarnação da arte”.
Salif Keita está em Cabo Verde para dois concertos, o primeiro esta noite na Praia no Kriol Jazz Festival e o segundo na cidade do Mindelo, amanhã dia 6 de abril.
Salif Keita aos 74 anos continua ativo e é um dos maiores nomes da música africana. Natural do Mali, travou desde cedo uma dura luta contra o preconceito e a discriminação por ser albino, uma característica ligada ao azar e à bruxaria na cultura mandinga. O músico fez referência a esse facto na conferência de imprensa dizendo que é interessante o Kriol Jazz Festival 2024 ter no seu alinhamento dois músicos albinos, fazendo alusão a Hermeto Pascoal, uma referência do jazz brasileiro que atua no dia de amanhã.
Com uma carreira que remonta aos anos 70, Salif Keita é um dos mais renomados músicos africanos e foi dos primeiros a aventurar-se pelas fusões entre os ritmos africanos e o pop.
“A música é o meu medicamento”, disse o música na conferência de imprensa.
Salif Keita já foi 4 vezes nomeado para os Grammys e coleciona prémios e distinções internacionais.
Keita é o cabeça de cartaz da 13ª edição do Kriol Jazz Festival que acontece este fim de semana na Cidade da Praia. Pelo palco vão passar outros grandes nomes do jazz, música do mundo, soul e fusão como Hermeto Pascoal (Brasil), Steve Coleman & Five Elements (EUA), o projeto Afrocuban Jazz (Cuba), Tibau Tavares & Munganga Band (Cabo Verde) entre outros.