“Movimento liderado por Amílcar Cabral foi ímpeto para a Revolução dos Cravos” – PR da Guiné-Bissau

O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, considerou nesta Quinta-feira, em Lisboa, que o movimento liderado por Amílcar Cabral que conquistou a independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, foi o ímpeto para o que viria a ser a Revolução dos Cravos. Ao intervir na cerimónia evocativa que marcou a celebração do 50º aniversário…
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Umaro Sissoco Embaló foi um dos líderes das antigas colónias portuguesas convidados por Marcelo Rebelo de Sousa que discursou na cerimónia evocativa do “25 de Abril”, no Centro Cultural de Belém.
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O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, considerou nesta Quinta-feira, em Lisboa, que o movimento liderado por Amílcar Cabral que conquistou a independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, foi o ímpeto para o que viria a ser a Revolução dos Cravos.

Ao intervir na cerimónia evocativa que marcou a celebração do 50º aniversário da Revolução dos Escravos, no Centro Cultural de Belém (CCB), o líder ressaltou a importância histórica da Guiné-Bissau na Revolução dos Cravos, por meio do movimento liderado por Amílcar Cabral, considerado “pai da nação” guineense e cabo-verdiana.

“A memória colectiva dos nossos povos guarda uma certeza inabalável: a revolução do 25 de Abril de 1974 que acabou com a guerra, uma guerra que durou 14 longos anos. Que começou em Angola, estendeu-se à Guiné e, depois, a Moçambique. Que destruiu tantas vidas humanas, provocou muito sofrimento aos nossos povos, às nossas famílias e desviou enormes recursos que, de outro modo, poderiam ter servido outras finalidades, mais nobre, lembrou Embaló, depois de vários agradecimentos ao Estado português e aos seus homólogos presentes.

Acrescentou que, quando há cinquenta anos se dá a revolução de 25 de Abril, “o povo guineense em luta, dirigido pelo PAIGC de Amílcar Cabral, já tinha proclamado unilateralmente a sua própria independência nacional, o seu próprio Estado.

“Foi um evento histórico e relevante que aconteceu sete meses antes da revolução do 25 de Abril, precisamente a 24 de Setembro de 1973. Reconhecido por uma larga maioria dos Estado-membros da Organização das Unidas, o Estado da Guiné-Bissauanunciava, assim, a maior de todas crises políticas do Império”, enfatizou o chefe de Estado guineense.

A partir daí, sublinhou, a Guiné-Bissau passou então a ser o centro de todas asreflexões estratégicas sobre o império e o seu destino.

Numa comunicação de cerca de seis minutos, Umaro Sissoco Embaló finalizou enaltecendo o orgulho do povo guineense por ter contribuído para a implementação da democracia e fim do Estado Novo em Portugal.

Entretanto, os discursos dos líderes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) ficaram marcados, no lado de fora do CCB, por protestos de cidadãos angolanos e guineenses residentes em Portugal, a que se solidarizaram alguns portugueses, que se manifestavam contra aquilo a que consideraram ditadura, exigindo liberdade nos respectivos países.

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