“Língua Portuguesa é veículo de uma riqueza cultural extraordinária” – ONU

O português é falado por centenas de milhões de pessoas, sendo um veículo de uma riqueza cultural extraordinária, unindo comunidades e nações, em diferentes partes do mundo, segundo considera o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres. Numa mensagem por ocasião do dia da Língua Portuguesa que se comemora este Domingo, 04 de Maio, António…
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Governo português quer que os países parceiros na CPLP alinhem posições para que o português seja reconhecido como língua oficial das Nações Unidas até 2030, o que seria um justo reconhecimento.
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O português é falado por centenas de milhões de pessoas, sendo um veículo de uma riqueza cultural extraordinária, unindo comunidades e nações, em diferentes partes do mundo, segundo considera o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

Numa mensagem por ocasião do dia da Língua Portuguesa que se comemora este Domingo, 04 de Maio, António Guterres aponta que a língua reúne uma “pluralidade de vozes”, por ser falada em diferentes locais do planeta, afirmando que essa diversidade é tão mais rica quanto mais intensa, é a colaboração entre os países de língua portuguesa, em áreas como a educação, a cultura, a ciência e a investigação.

Para o líder da ONU, além de uma “herança comum”, o idioma é uma semente de futuro, já vista no espaço virtual, já que é possível observar uma expansão dos conteúdos culturais e científicos em português.

O secretário-geral saudou ainda o trabalho da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na promoção do patrimônio linguístico e cultural e no fortalecimento dos laços entre os povos que a integram.

“O idioma é um tesouro inestimável que transcende fronteiras e oceanos. É uma semente de futuro, já vista no espaço virtual, já que é possível observar uma expansão dos conteúdos culturais e científicos em português”, sublinhou

Guterres lembra que o português é falado por “centenas de milhões de pessoas”, sendo um “veículo de uma riqueza cultural extraordinária, unindo comunidades e nações, em diferentes partes do mundo”.

As Nações Unidas permanecem empenhadas na cooperação com a CPLP e acreditam firmemente que o multilinguismo e a diversidade cultural contribuem para a construção de um mundo mais pacífico, inclusivo e unido.

Neste ano, o Dia Mundial da Língua Portuguesa será comemorado nas Nações Unidas com um evento organizado pela Missão Permanente do Brasil, em parceria com outros membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

O evento, que marca a presidência rotativa do Brasil no grupo, será realizado na segunda-feira, 6 de Maio. Pela primeira vez, o evento será realizado em língua portuguesa, em reconhecimento à importância e à riqueza cultural da comunidade lusófona.

Brasil e Portugal defendem Português como língua oficial na ONU

O responsável máximo pela promoção da cultura brasileira e da língua portuguesa no estrangeiro, Marco António Nakata, avançou que o Brasil tem interesse em tornar o português língua oficial das Nações Unidas, mas advertiu para os elevados custos.

“Na verdade, é extremamente custoso, porque ter o português como língua de trabalho nas Nações Unidas é muito caro”, disse, em entrevista à Lusa, em Brasília, o director do Instituto Guimarães Rosa, a congénere brasileira do Instituto Camões.

Na opinião de Marco António Nakata, neste primeiro momento, é necessário “avaliar realmente a importância que isso teria para o Brasil e se esse volume de recursos não teria uma utilidade maior” noutros campos de divulgação do português, como a existência de “mais leitores, mais professores, investir em novas tecnologias de ensino”.

“A ideia é de que a gente comesse a ampliar. O Governo brasileiro, juntamente com o Governo português já se manifestaram a favor de uma ampliação, incluindo na UNESCO”, frisou o responsável do Instituto Guimarães Rosa.

O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, também quer que os países parceiros na CPLP alinhem posições para que o português seja reconhecido como língua oficial das Nações Unidas até 2030, considerando que “seria um justo reconhecimento”.

Luís Montenegro considera que aquele pode ser encarado como um desígnio de médio prazo, defendendo para isso um alinhamento de posições com os parceiros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

“Seria um justo reconhecimento. Tanto em função do universo atual de falantes de português em todo o mundo como relativamente às estimativas que apontam para que a nossa língua atinja 380 milhões de falantes em 2050. E quase 500 milhões no final do século”, escreve, referindo que este crescimento estimado se deve ao Brasil e ao potencial populacional dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa).

O primeiro-ministro sublinha também o empenho do Governo em promover “a excelência do ensino do português” nestes países, destacando que um dos objectivos fixados pelo seu Governo passa por incentivar o intercâmbio e a criação de programas conjuntos que fortaleçam a língua como ferramenta de comunicação e de expressão”.

“Por um lado, é também imperioso alargar a influência da CPLP nos muitos pontos do globo a que o português se vê ligado pela cultura. E, por outro, quanto maior for a ambição económica e política, maior será a projecção internacional da língua de Camões, Sophia, Amado, Pepetela, Lispector, Agualusa, Mia, Agustina, Germano e tantos outros consagrados”, refere Montenegro.

O Dia Internacional da Língua Portuguesa, que se celebra a 05 de Maio, foi proclamado pela 40.ª Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em Novembro de 2019, e comemora-se este ano pela quinta vez.

O português, segundo a Lusa, é a quarta língua mais falada no mundo, por mais de 260 milhões de pessoas nos cinco continentes. Em 2050, os falantes da língua portuguesa serão quase 400 milhões e em 2100 serão mais de 500 milhões, segundo estimativas das Nações Unidas.

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