Os utilizadores dos táxis colectivos, vulgo “candongueiros” e dos transportes públicos colectivos urbanos rodoviários na capital angolana, Luanda, passaram a partir desta Quinta-feira, 16, a pagar mais pela corrida, depois de um ajuste da tarifa comunicado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres.
Em nota, a instituição da conta que, após auscultação das associações de taxistas e cooperativas de táxis da província de Luanda, “determinou-se que a tarifa dos táxis colectivos a ser praticada em todas as rotas, numa extensão de até 16 km por rota”, passa a custar a cada passageiro o valor de 200 kwanzas.
No mesmo comunicado, o órgão afecto ao Ministério dos Transportes diz ter auscultado também a associação de operadores de transportes rodoviários de passageiros de Luanda, tendo se decidido que “a tarifa dos transportes públicos colectivos urbanos rodoviários de passageiros, a ser praticada em todas as rotas da província de Luanda”, passa a custar 150 kwanzas por passageiro, numa extensão mínima de 20 km.
“Nos termos do decreto Executivo Conjunto n.º 402/14 de 22 de Dezembro, que estabelece as Regras e Procedimentos para a Formação da Tarifa dos Transportes de Aluguer Colectivo de Passageiros por percurso, conjugado com o Decreto Presidencial n.º 128/10 de 10 de Junho, que aprova o Regulamento de Transportes Rodoviários Ocasionais de Passageiros, e, em conformidade com a estrutura de custos actualizada […] determina-se que a tarifa dos táxis colectivos, a ser praticada em todas as rotas, numa extensão de até 16 km por rota, passa a custar a cada passageiro o valor de kz 200,00”, lê-se no comunicado datado de 14 de Maio de 2024.
O Governo justifica a medida com a necessidade de se ajustar as tarifas para os serviços de transportes públicos colectivos urbanos rodoviários de passageiros e transportes ocasionais de pessoas na capital do país.
Assim, a corrida dos também chamados “azul e branco”, sai oficialmente dos anteriores 150 kwanzas para 200 kwanzas, uma subida na ordem dos 33,33%, pouco mais de dez anos depois da última actualização. Já a viagem nos conhecidos autocarros públicos das diversas operadoras, regista a maior subida, de 50 kwanzas para 150 kwanzas, um incremento de 200 %.
Na prática, há muito que a corrida de táxi nos “azul e branco” deixou de custar 150 kwanzas, para determinadas rotas, uma vez que na ambição de mais facturarem, estes operadores e com alguma desonestidade, optaram pela estratégia de repartirem a viagem em vários trajectos, naquilo que se conhece como “encurtar vias”, o que levava os utentes a chegarem a pagar muitas vezes até três vezes mais do que o estipulado oficialmente.
“Na verdade, muitos de nós já não paga 150 kz pela corrida de táxi há bastante tempo. Eu, por exemplo, vivo no [bairro] Morro Bento e para chegar à baixa da cidade, concretamente na Mutamba onde trabalho, já gastava, só de ida, 450 kz, uma vez que pagava 150 kz no troço Morro Bento – Padaria, outros 150 kz da Padaria ao Aeroporto e mais 150 kz do Aeroporto à Mutamba. E isso no mesmo carro”, conta à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, o funcionário público Adão Damião.
E pelo que tudo indica, esta tarifa poderá vir a sofrer ajuste para cima ainda este ano, a julgar pelas declarações, do representante de uma das associações de taxistas, à uma Rádio local, segundo as quais, terão recebido esta garantia do Governo. “Esta tarifa é provisória, porque, com a subida dos combustíveis, como consequência da retirada dos subsídios do Estado, que deve vir a ocorrer nos próximos tempos, haverá necessidade de um novo ajuste, porque, de certeza, mexerá com a nossa estrutura de custos”, frisou.
No comunicado, a Agência Nacional dos Transportes Terrestres refere que para as demais províncias as novas tarifas serão fixadas localmente, em função das respectivas estruturas de custos.