Produção de eletricidade por parques solares cresce 14%

A produção de eletricidade através de parques solares em Moçambique aumentou quase 14% no primeiro trimestre do ano, mas ainda representa menos de 0,5% do total, conforme indicam dados oficiais divulgados pela Lusa. Segundo o relatório de execução orçamental de Janeiro a Março, a produção de eletricidade em seis grandes parques solares do país, além…
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A produção de eletricidade solar em Moçambique cresceu 14% no primeiro trimestre de 2024, atingindo 19.688 MWh, mas ainda representa apenas 0,4% da produção total, dominada por fontes hidroeléctricas.
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A produção de eletricidade através de parques solares em Moçambique aumentou quase 14% no primeiro trimestre do ano, mas ainda representa menos de 0,5% do total, conforme indicam dados oficiais divulgados pela Lusa.

Segundo o relatório de execução orçamental de Janeiro a Março, a produção de eletricidade em seis grandes parques solares do país, além de outras centrais menores, atingiu 19.688 MegaWatts-hora (MWh), em comparação com os 17.328 MWh produzidos nos primeiros três meses de 2023.

Apesar deste aumento, os parques solares contribuíram apenas com 0,4% da produção total de eletricidade em Moçambique no primeiro trimestre, dominada pelos aproveitamentos hidroelétricos, que representaram 84,6%, com a Hidroeléctrica de Cahora-Bassa sozinha responsável por 82,2% da produção total até março.

Moçambique tem planos ambiciosos para o futuro, com a previsão de instalar centrais solares em pelo menos cinco locais do país até 2030, introduzindo uma capacidade adicional de 1.000 MW na rede elétrica, prometendo assim uma “verdadeira revolução solar”.

“Acelerar este tipo de projectos para uma escala maior é a forma mais simples de resolver o dilema estratégico de Moçambique após 2030: ter de escolher entre energia verde para exportação ou fornecer energia aos consumidores industriais”, refere a Estratégia de Transição Energética (ETS), como avançou a Lusa em Fevereiro.

Em 2023, Moçambique tinha projectos para centrais solares com capacidade de 125 MW, dos quais 80 MW já estavam ligados à rede. O Governo reconhece que a dependência de fontes hidroelétricas se manterá nas próximas décadas, mesmo com a implementação da ETS.

A nova estratégia, que prevê investimentos de cerca de 80 mil milhões de dólares (73 mil milhões de euros) até 2050, estabelece que Moçambique desenvolverá, numa primeira fase, até 2030, pelo menos 1.000 MW de nova capacidade solar fotovoltaica em locais como Dondo, Lichinga, Manje, Cuamba, Zitundo e outros a identificar, além de 200 a 500 MW de nova capacidade de energia eólica ‘onshore’, especialmente em Inhambane e Lagoa Pathi.

“Os grandes investidores industriais que necessitam de grandes quantidades de eletricidade verde devem ser incentivados, através de um ambiente empresarial e regulamentar favorável, a desenvolver projectos de energia solar e eólica em grande escala”, acrescenta o documento.

Até 2050, o objectivo é alcançar pelo menos 7,5 GW de capacidade solar fotovoltaica instalada em Moçambique e até 2,5 GW de capacidade de energia eólica.

“Continuar a desenvolver gradualmente o mais recente potencial de geração solar e eólica para satisfazer a crescente procura de eletricidade. Será necessária uma verdadeira ‘revolução solar’ para satisfazer o crescente consumo de Moçambique de uma forma limpa”, refere o documento.

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