O sector petrolífero angolano foi reforçado esta Segunda-feira, 20, com o projecto “Kaminho” do bloco 20/11, avaliado em 6 mil milhões de dólares, cuja entrada em produção está prevista para 2028 e 2030.
O reforço resulta da assinatura de um acordo assinado entre a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), a TotalEnergies e os parceiros do Grupo empreiteiro do Bloco 20/11 (Sonangol e Petronas) relativo à Decisão Final de Investimento (FID) dos Campos Cameia e Golfinho, localizados a 100 quilómetros da costa de Luanda.
No final da assinatura do acordo, o ministro dos Recursos Minerais Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, explicou que as reservas petrolíferas do projecto estão avaliadas em cerca de 400 milhões de barris de petróleo, com um plateau de produção estimado em 70 mil barris de petróleo por dia.
Com este projecto, disse, abre-se uma nova província petrolífera no offshore da bacia do kwanza, cujo volume significante de reservas poderá́ contribuir para a sustentabilidade da produção nacional de petróleo a médio prazo e gerar receitas adicionais para o Estado angolano.
“As instalações de produção serão projectadas para minimizarem as emissões de gases de efeito estufa, permitirem a reinjeção total de gás associado nos reservatórios e eliminar a queima rotineira de gás, contribuindo assim para a descarbonização das operações petrolíferas, abordagem que deverá ser adoptada como padrão para futuros projectos de desenvolvimento”, detalhou.
Diamantino Azevedo congratulou-se pelo facto do projecto contemplar a participação de empresas do conteúdo local com a execução de cerca 11 milhões de horas de trabalho, principalmente operações em offshore e construção em base logı́sticas e estaleiros locais.
“Isto está em alinhamento com o compromisso do Executivo para o desenvolvimento do conteúdo local no sector petrolífero”, frisou.
O projecto Kaminho é lançado num momento crítico para a indústria mundial de petróleo e gás, particularmente para a indústria petrolífera angolana, tendo em conta a mudança de paradigma na utilização dos combustíveis fósseis por fontes de energia limpas, fenómeno que globalmente se convencionou chamar de transição energética.