Fornecedores estão a recusar assinar contratos com a Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique para a prestação de bens e serviços necessários para as eleições gerais de outubro, devido a dívidas, disse o presidente da entidade, Carlos Matsinhe.
“Neste momento, devia-se assinar todos os contratos que visam facilitar o processo da própria votação [nas eleições gerais de 09 de Outubro], mas não é possível, porque os fornecedores exigem que os órgãos eleitorais tenham pagado os recursos necessários”, disse Carlos Matsinhe aos jornalistas, à margem de um evento da Comissão Nacional de Eleições na província de Inhambane, sul do país.
Matsinhe afirmou que os órgãos eleitorais devem dinheiro de bens e serviços fornecidos para o recenseamento eleitoral, o que leva empresas a recusar manter relações comerciais com aquelas entidades.
“Todas as províncias têm essas deficiências, [relacionadas com] algumas dívidas que os órgãos eleitorais têm”, declarou o presidente da CNE.
Em abril, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, considerou “muito caro” o modelo de eleições no país, assinalando que o dinheiro gasto com escrutínios “dava para equipar” as Forças Armadas.
“O ciclo de eleições em Moçambique é muito caro (…), é muito dinheiro, dava para equipar aqueles jovens que estão a defender a pátria”, afirmou Filipe Nyusi, citado pela Lusa, referindo-se aos militares envolvidos no combate a grupos armados na província de Cabo Delgado, norte do país.