Opinião

A responsabilidade social das empresas como catalisadora de progresso

N’Gunu Tiny

Os Prémios Forbes Responsabilidade Social representam um momento ímpar em que reconhecemos o esforço das empresas e de pessoas singulares que abraçam um sentimento nobre: a humanidade.

É nesse espírito de compaixão e empatia que o Prémio Forbes Responsabilidade Social encontra a sua origem e propósito.

A escolha do mês de abril para a celebração deste evento não é um mero acaso. Optamos por marcar este momento no mês da paz e da reconciliação nacional, que representa um marco histórico para Angola.

Contudo, a paz enquanto bem essencial para o desenvolvimento socioeconómico, pode ser analisada em duas vertentes:

A paz como ausência de conflito armado e os seus impactos, e a paz positiva, que pressupõe o bem-estar social.

Os conflitos na Europa, Médio Oriente e em África devem ser resolvidos.

Esta paz, uma vez adquirida, deve ser cultivada, pois os custos da ausência da paz são sentidos nas gerações futuras.

A paz é uma condição social e política que assegura a justiça e a estabilidade através das instituições formais e informais.

É o equilíbrio do poder político; é a legitimidade dos decisores; é o reconhecimento e valorização da interdependência dos atores sociais; é a existência de instituições credíveis e fiáveis de resolução de conflitos, igualdade e respeito mútuo.

Portanto, o conceito de paz vai para além da ausência da guerra ou hostilidades armadas.

Hoje, nas sociedades modernas, a paz é vista como justiça social, na qual a sociedade no seu todo deve participar.

E é claro que as empresas não podem ficar de fora.

Até à década de 60/80, as empresas tinham essencialmente um olhar capitalista. Já a partir da década de 90, começou-se a ter em conta outros interesses, os interesses dos colaboradores, stakeholders e da sociedade em geral.

A paz como responsabilidade social deve olhar para a sociedade como um todo. Somos seres humanos e a responsabilidade social deve estar intrinsecamente ligada ao core business das empresas, seja qual for o ramo de atividade.

As empresas de hoje devem desenvolver projetos que impactam a sociedade e devem estar comprometidas com a causa social.

Mas será que isto é o suficiente?

A responsabilidade social é muito boa! Mas será que não podemos fazer mais?

Só a preocupação de responsabilidade social no core business das empresas não é o suficiente.

Devemos criar investimentos de impacto social, o mesmo é dizer, adicionar ao core business das empresas, projetos que tenham um impacto no bem comum da sociedade.

Um dos passos primordiais para a realização deste objetivo social é um olhar para dentro das empresas que dirigimos; tudo começa com pequenos passos.

A criação do bem-estar no ambiente de trabalho, garantia da satisfação contínua dos colaboradores, um sorriso, um abraço, um olhar atento as emoções que vão além do trabalho – isto sim é impactante.

As relações interpessoais, ajuda mútua, espírito de camaradagem, empatia e condescendência devem fazer parte da prática comum.

Paz é amor! A nossa herança África-lusófona remete-nos ao amor, é a nossa raiz, e vamos transcendê-la para os interesses comuns da sociedade.

Ao abraçarmos esta causa com determinação e dedicação, estamos a contribuir para uma África lusófona mais inclusiva, mais coesa na sua diversidade, e, por conseguinte, estamos a deixar um legado para as futuras gerações.

O meu desejo é que o evento dos Prémios Forbes Responsabilidade Social da África Lusófona, seja não apenas uma celebração, mas também um catalisador de mudanças e progressos em prol do bem comum.

 

N’Gunu Tiny,
fundador do grupo de comunicação Media9 e fundador da Forbes África Lusófona

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