O processo de recuperação de activos pelo Estado angolano não pretende acabar com as empresas, mas sim permitir que continuem “a servir a economia”, mantendo os empregos, de acordo com declarações do chefe de Estado angolano, João Lourenço, feitas nesta Segunda-feira, 14, em Cabo Verde, onde se encontra em visita de Estado.
O Presidente angolano garante que os empregos vão continuar e que as empresas continuaram a funcionar na economia.
“Os activos que têm vindo a ser recuperados pelo Estado angolano não deixaram de desempenhar o papel social para o qual foram criados. Ou seja, o facto de haver mudança na titularidade dos activos, ou por outras palavras mudança de proprietários dos activos, não significa dizer que esses mesmos activos acabam por morrer, antes pelo contrário”, garantiu João Lourenço, em resposta aos jornalistas após a reunião com o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves.
O líder do Executivo angolano considerou que, no caso de morte das empresas, o impacto seria penoso para a própria economia. “Isso seria muito mau para as economias, para a economia de Angola, para a economia de Cabo Verde, no caso concreto de Cabo Verde. Seria mau sobretudo para os trabalhadores. Nós queremos, e é o que temos vindo a fazer até aqui, é que os activos recuperados continuem a servir a economia e não prejudiquem sobretudo os trabalhadores dessas mesmas unidades”, afirmou.
No entanto, João Lourenço não se pronunciou sobre a possibilidade de a recuperação desses activos ser alargada a investimentos angolanos em território cabo-verdiano.
Em causa está, segundo a Lusa, a recuperação de investimentos privados alegadamente realizados com dinheiros públicos. São conhecidos vários investimentos angolanos nos últimos anos em Cabo Verde nos sectores dos transportes, energia, telecomunicações ou banca, alguns dos quais associados à empresária angolana Isabel dos Santos.
“As medidas que o Governo angolano tem tomado em relação às empresas angolanas, aos investimentos angolanos, serão necessariamente respeitados em Cabo Verde e temos a abertura, a possibilidade de concertação, a articulação necessária, para que as questões sejam resolvidas sem quaisquer litígios”, respondeu o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, quando questionado pelos jornalistas sobre o mesmo tema, nas declarações conjuntas com o homólogo angolano.





