O presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Adalberto Costa Júnior, lançou esta semana o livro “Juntos por Angola: Outro Passo para a Liberdade”, uma obra que revisita o percurso do partido e dos seus parceiros políticos antes, durante e após as eleições gerais de 2022, assumindo-se como uma homenagem aos angolanos que acreditaram na mudança.
Com 215 páginas, o livro reúne textos, documentos e registos fotográficos que retratam o trajecto político da UNITA e da Frente Patriótica Unida (FPU) — plataforma eleitoral que integrou a UNITA, o Bloco Democrático (BD) e o PRA JÁ Servir Angola — e que, nas eleições de 2022, assegurou a eleição de 90 deputados à Assembleia Nacional.
Para além do registo histórico, a obra aborda os desafios, constrangimentos e lições aprendidas ao longo do processo eleitoral, projectando igualmente um olhar estratégico e prospetivo sobre Angola, com enfoque nas eleições gerais de 2027, nas quais o líder da UNITA manifesta confiança numa vitória da oposição.
A apresentação do livro esteve a cargo de Justino Pinto de Andrade, dirigente do BD e actual deputado da UNITA eleito no quadro da FPU, que destacou o contributo da obra para o que classificou como a “verdade histórica” sobre as eleições de 2022, cuja conclusão considerou “injusta”, após o MPLA, partido no poder, ter sido declarado vencedor.
Na sua intervenção, Adalberto Costa Júnior sublinhou que o livro não é um exercício autobiográfico, mas sim uma homenagem colectiva aos cidadãos que apostaram na alternância política. Segundo o político, a FPU foi amplamente acolhida pelos angolanos como um instrumento viável para uma transição democrática.
“O que confirmei numa campanha interna que realizei pelo interior do país é que continua presente, no seio dos cidadãos, uma grande ansiedade pela alternância democrática em Angola”, afirmou, acrescentando que, nas deslocações efectuadas entre 2019 e 2025, encontrou um país que reafirma, de forma consistente, essa aspiração.
O líder da UNITA recordou ainda a campanha eleitoral de 2022, que descreveu como “muito bonita”, embora marcada por barreiras e desafios, que atribuiu a adversários políticos, numa referência implícita ao MPLA, alegadamente empenhados em impedir a participação efectiva da oposição.
Costa Júnior defendeu que o desenvolvimento sustentável e o posicionamento internacional de Angola só serão plenamente alcançados num ambiente democrático, assente numa competição política leal e transparente, sustentando que, face à realidade do país, existe uma “necessidade absoluta de negociar uma transição em estabilidade”.
O político reiterou, por fim, a intenção de recriar uma ampla frente para a alternância democrática nas eleições de 2027, à semelhança da FPU, sublinhando que esta opção não decorre de fragilidade política, mas de pragmatismo.
“Um partido sozinho não resolve os problemas de Angola. Não é uma questão de medo, é uma questão de realidade e de desafios concretos. Vamos voltar a formatar uma frente ampla, acreditando que é possível ter sucesso com a aprendizagem de ontem”, concluiu.





