A Afentra, empresa independente de exploração e produção de petróleo cotada em Londres, registou no primeiro semestre deste ano, uma média de produção bruta superior a 21 mil barris de crude por dia, no Bloco 3/05 onde a companhia detém uma participação significativa, informou recentemente o CEO da instituição, Paul McDade.
Com este registo, a empresa reforçou em 2025 a sua posição no sector petrolífero angolano, onde se tornou um dos principais parceiros internacionais da Sonangol, confirmando o potencial de reabilitação de activos maduros quando geridos em parceria e com investimento contínuo.
Segundo o CEO, a Afrentra tem vindo a consolidar um portifólio diversificado que inclui não só os Blocos 3/05 e 3/05A, mas também três licenças em terra (KON4, KON15 e KON19) e uma licença offshore (Bloco 23), todas na Bacia do Kwanza.
Criada em 2021 por antigos executivos da Tullow, Paul McDade explicou que a Afentra elegeu Angola como mercado prioritário, atraída pela maturidade da indústria, pela presença das grandes companhias internacionais e pela disponibilidade de activos de meia-vida, susceptíveis de optimização por independentes mais ágeis.
“Desde a fundação, identificámos Angola como mercado estratégico, pela atractividade e pelo papel que uma independente pode desempenhar na próxima fase da indústria upstream nacional. O nosso portefólio, construído em terra e offshore, é a prova do compromisso de longo prazo que assumimos com o país. Trabalhar ao lado da Sonangol e de outras empresas angolanas é essencial para alcançarmos o objectivo comum de manter a produção acima de 1 milhão de barris/dia depois de 2027”, sublinhou Paul McDade destacando a importância de Angola no futuro da companhia.
No entanto, o responsável disse que um dos projectos mais relevantes em curso é o KON4, cuja ratificação está pendente, e que integra o campo de Quenguela Norte, a maior descoberta em terra da Bacia do Kwanza até à data.
“Estima-se que este campo contenha mais de 200 milhões de barris de petróleo in situ, constituindo uma oportunidade de longo prazo para relançar a produção em onshore, uma área subexplorada durante décadas”, perspectivou.
A aposta da Afentra, ressaltou McDade, surge num momento em que o Governo angolano e a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) têm vindo a introduzir reformas para estimular o reinvestimento em activos maduros e atrair novos operadores.
O CEO assegurou ainda que a mais recente Iniciativa de Produção Incremental, lançada em 2024, foi concebida para impulsionar a produção nacional e já demonstra resultados visíveis. A par da reabilitação de campos marginais, a indústria petrolífera nacional está também a assistir a um regresso da actividade exploratória, tanto no offshore profundo como na Bacia do Kwanza.