O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina, garante que África apresenta “incríveis oportunidades de negócio” que resultam da recuperação económica marcada pelo ambiente. Face a este cenário, Akinwumi Adesina, que falava no Fórum de Investimento Verde UE-África, alerta os investidores a não ignorarem o continente africano.
O Fórum de Investimento Verde UE-África, sob o tema “O futuro verde de África, novas vias de investimento para um desenvolvimento inclusivo sustentável” decorre ao longo do dia de hoje e é organizado pela Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia e pelo Banco Europeu de Investimento.
De acordo com o presidente do BAD “o futuro parece melhor, ainda que desafiante, vamos crescer 3,4% este ano, depois de uma quebra de 2,1% no ano passado, a maior dos últimos 50 anos devido à pandemia, e a recuperação será feita em todo o lado e oferece incríveis oportunidades de negócios”.
Akinwumi Adesina sublinhou ainda que “a recuperação tem de ser verde e tem de construir resiliência ao clima, tem de aumentar os investimentos verdes, tem de garantir mais espaço para o sector privado para reduzir a dívida dos governos, tem de fomentar um crescimento inclusivo, com mais oportunidades para jovens e mulheres, e tem de aproveitar as novas oportunidades de negócios, especialmente na economia digital”.
O orador realçou o papel do sector privado na recuperação económica em complemento do investimento público. O presidente do BAD destacou que as pequenas e médias empresas vão ter um papel crucial no relançamento das economias africanas, afetadas pela pandemia e pela crise da dívida que dificulta o financiamento do desenvolvimento económico.
Para o gestor existem necessidades massivas de infra-estruturas que “são uma enorme oportunidade para investimentos verdes, entre 130 e 170 mil milhões de dólares por ano, mas temos de mudar a mentalidade e deixar de apostar na infra-estrutura mais barata, passando a defender a que muda a economia”.
Akinwumi Adesina detalhou os vários investimentos e instrumentos de financiamento que a instituição foi criando como a emissão de títulos de dívida verde. A emissão de green bonds, no valor “de 2,5 mil milhões de dólares já permitiu apoiar vários projectos, um deles em Cabo Verde”.
O líder do BAD não tem dúvidas que “África já é verde, só precisa de ser mais verde, precisamos de mais euros para apoiar o crescimento verde no continente e não pensem que não podem fazer negócio em África, pensem antes no que estarão a perder se não o fizerem”.
