O ministro dos Transportes da Zâmbia, Frank Tayali, defendeu Sexta-feira, 17, em Luanda, que o Corredor do Lobito representa uma oportunidade estratégica para alavancar a integração regional e reduzir os custos logísticos em África, afirmando que o continente “só conseguirá conectar-se verdadeiramente a si mesmo através de sistemas de transporte acessíveis e eficientes”.
Ao intervir no painel de alto nível do Angola Hub Transportes e Logística Summit, Tayali sublinhou que a cooperação entre os países envolvidos no projecto – Angola, República Democrática do Congo e Zâmbia – é essencial para dinamizar o comércio intra-africano e concretizar os objectivos da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA).
“África continua a fazer pouco negócio consigo mesma. Vemos Angola a comerciar com Portugal, a Zâmbia com a Europa e o Congo com outros parceiros externos. No entanto, com uma população de 1,4 mil milhões de pessoas, temos potencial para criar um mercado robusto dentro do próprio continente”, afirmou o governante.
Para o ministro, investir em infra-estruturas logísticas, como o Porto do Namibe e o Corredor do Lobito, é fundamental para ultrapassar as limitações históricas de conectividade e permitir que países sem acesso directo ao mar possam exportar de forma competitiva. “O Corredor do Lobito é a nossa ponte para o Oceano Atlântico, o que permitirá levar os produtos zambianos até à América e à Europa”, explicou.
Frank Tayali destacou ainda que a integração regional e o fortalecimento da conectividade multimodal são factores decisivos para impulsionar a competitividade africana e promover um crescimento económico sustentável. “Esta colaboração permite desenvolver rotas mais eficientes, reduzir custos, aumentar a competitividade e a flexibilidade das cadeias de abastecimento, facilitando o fluxo de mercadorias e pessoas”, frisou.
O ministro reconheceu, contudo, que os elevados custos de produção e a ausência de um sistema de transporte verdadeiramente integrado continuam a travar o progresso de muitos países africanos. “Precisamos de repensar a nossa abordagem e construir infra-estruturas que sirvam os africanos e o comércio intra-africano em primeiro lugar”, concluiu.