“África precisa melhor inserção na economia mundial para produzir” – PM de Cabo Verde

"África precisa crescer mais e ter melhor inserção na economia mundial para produzir, exportar, criar empregos bem remunerados, erradicar a pobreza extrema e proporcionar felicidade aos seus povos", defendeu, há dias, o primeiro-ministro de Cabo Verde. Discursando na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), José Ulisses Correia e Silva destacou que o continente africano precisa de…
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Na Assembleia Geral das Nações Unidas, o primeiro-ministro de Cabo Verde referiu que o peso da dívida externa e os níveis dos riscos soberanos bloqueiam as saídas para o desenvolvimento do Continente.
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“África precisa crescer mais e ter melhor inserção na economia mundial para produzir, exportar, criar empregos bem remunerados, erradicar a pobreza extrema e proporcionar felicidade aos seus povos”, defendeu, há dias, o primeiro-ministro de Cabo Verde.

Discursando na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), José Ulisses Correia e Silva destacou que o continente africano precisa de transformações estruturais ao nível do perfil de muitas economias, baseadas em commodities com baixo valor acrescentado, para economias mais diversificadas, com maior integração nas cadeias de valor e mais competitivas.

“O continente necessita transformações ao nível da redução das vulnerabilidades, aumento da resiliência e respostas a choques externos económicos, financeiros, energéticos, climáticos e pandémicos, bem como transformações estruturais ao nível das conectividades, um dos grandes constrangimentos à integração económica africana”,  elencou.

Ulisses Correia e Silva considera que “África precisa de uma aposta decisiva, consistente e eficaz no capital humano” para que haja educação de qualidade, saúde, acesso a bens básicos como a água, a electricidade e o saneamento em casa de cada família.

“Os investimentos transformadores de longo prazo, exigem recursos concessionais, previsibilidade, efeitos de escala e tempos de execução adequados para poderem produzir impactos significativos”, disse.

O chefe do governo cabo-verdiano apontou que o peso da dívida externa, os níveis dos riscos soberanos e as condições de financiamento dos países e das empresas africanas “são assuntos sérios” que bloqueiam as saídas para o desenvolvimento.

“São precisos mecanismos que criem ciclos virtuosos. A transformação da dívida em financiamento climático e ambiental é um desses mecanismos. Essa transformação pode libertar recursos para investimentos que impactam no aumento da resiliência, na redução da exposição a choques externos, na redução da emissão de carbono, na protecção da biodiversidade, na criação de oportunidades de investimentos para o sector privado e na criação de oportunidades de emprego qualificado para os jovens”, considerou.

O primeiro-ministro recordou ainda que Cabo Verde e Portugal celebraram recentemente um acordo de transformação da dívida bilateral em financiamento climático e ambiental para atingir esses propósitos.

“Se mais parceiros contribuírem, maior será a dimensão dos investimentos transformadores e mais acelerados serão os efeitos”, concluiu.

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