África subsaariana cresce 3,8% mas não chega para reduzir pobreza e criar empregos – Banco Mundial

O Banco Mundial prevê uma aceleração das economias da África subsaariana para 3,8% este ano, mas alerta que este ritmo não chega para criar novos empregos ou reduzir a pobreza no continente em forte mudança demográfica. "O ritmo de crescimento continua insuficiente para reduzir significativamente a pobreza extrema ou criar a quantidade e a qualidade…
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As economias da África subsaariana "continuam resilientes", diz o Banco Mundial, prevendo uma ligeira aceleração no crescimento deste ano, que deverá acelerar para 3,8%, face aos 3,5% registados no ano passado.
Economia
O Banco Mundial prevê uma aceleração das economias da África subsaariana para 3,8% este ano, mas alerta que este ritmo não chega para criar novos empregos ou reduzir a pobreza no continente em forte mudança demográfica.
“O ritmo de crescimento continua insuficiente para reduzir significativamente a pobreza extrema ou criar a quantidade e a qualidade de empregos necessários para atender às exigências de uma força de trabalho em rápido crescimento”, lê-se no Pulsar de África, divulgado em Washington, nas vésperas dos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, que decorrem na próxima semana.
As economias da África subsaariana “continuam resilientes”, diz o Banco Mundial, prevendo uma ligeira aceleração no crescimento deste ano, que deverá acelerar para 3,8%, face aos 3,5% registados no ano passado, o que representa uma revisão em alta de 0,3 pontos percentuais face aos 3,5% de crescimento que previa em Abril deste ano.
“Esta aceleração reflete a diminuição das pressões inflacionárias e uma recuperação modesta do investimento, apesar da persistente incerteza económica global”, aponta-se no relatório, que dá conta, ainda assim, de várias deficiências estruturais no continente que alberga a maioria dos países lusófonos.
Apesar de o número de países com inflação acima de 10% ter caído drasticamente, de 23 em outubro de 2022 para apenas 10% em julho deste ano, os riscos são variados e incluem “os efeitos indiretos da incerteza da política comercial global, o declínio do apetite dos investidores e a redução do financiamento externo, incluindo a diminuição da ajuda oficial ao desenvolvimento”.
Isto num contexto em que “o serviço da dívida externa mais do que duplicou na última década, atingindo 2% do PIB em 2024”, o que levou a que o número de países na região em situação de sobre-endividamento [debt distress, no original em inglês], ou elevado risco de sobre-endividamento, ter quase triplicado, passando de oito em 2024 para 23 este ano, o que representa cerca de metade dos países da África subsaariana.
No relatório, diz a Lusa, os economistas do Banco Mundial alertam que o continente africano está a passar “pela maior e mais rápida mudança demográfica do mundo”, com mais de 600 milhões de jovens a entrarem no mercado de trabalho nos próximos 25 anos, o que obriga os países a acelerar o crescimento económico capaz de gerar empregos de elevada qualidade.

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