A Agência Marítima Nacional (AMN) de Angola pretende reforçar, até 2026, as infra-estruturas de apoio à cabotagem nos portos nacionais, com vista a impulsionar o transporte interno de cargas e passageiros e a contribuir para o desenvolvimento económico do país.
A informação foi avançada à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA pela presidente do conselho de administração, Anisabel Costa, à margem do Angola Hub Transporte e Logística Summit, que encerra neste Domingo, em Luanda.
“Temos vindo a dinamizar a cabotagem no norte do país, mas o nosso objectivo é estendê-la também à região sul”, revelou a gestora, sublinhando que a expansão do modelo é essencial para equilibrar o desenvolvimento das zonas costeiras e optimizar os fluxos logísticos internos.
Com a inauguração dos novos terminais do Porto do Namibe, a AMN quer garantir que o sul do país acompanhe o dinamismo operacional da zona norte, promovendo o crescimento económico regional e uma maior integração entre portos. “Queremos que o desenvolvimento e os fluxos de operações aumentem e que o crescimento da região sul acompanhe a evolução do norte”, acrescentou.
Segundo Anisabel Costa, os portos angolanos registam actualmente um nível satisfatório de modernização, resultado da implementação do plano estratégico do sector marítimo-portuário, que visa definir o posicionamento e a especialização de cada terminal. “Pretendemos concluir essa estratégia até ao segundo trimestre de 2026. O objectivo é que cada porto tenha uma área de actuação distinta, evitando sobreposição de funções e promovendo a eficiência global do sistema”, explicou.
A responsável reforçou que a nova estratégia vai permitir à AMN atribuir funções específicas a cada porto, tornando-os mais complementares e menos concorrenciais entre si. Trata-se, disse, de “um passo decisivo para transformar o mar numa via estruturante de coesão territorial e competitividade económica”.
No domínio da regulação, Anisabel Costa destacou ainda o rigor no licenciamento das operações marítimas. “A entrada e saída de qualquer embarcação no país depende da apresentação das licenças necessárias. É através desse controlo que garantimos o cumprimento das normas e proibimos o exercício irregular da actividade”, afirmou, adiantando que mais de 700 operadores já se encontram devidamente licenciados pela instituição.