Os empresários da República de Cabo Verde manifestaram-se, esta semana, preocupados com o absentismo nas várias empresas locais, quadro que está a ser criado por um aumento sem precedentes no número de casos de infecção por Covid-19.
Representados pelo presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Sotavento (CCISS), Marcos Rodrigues, os empresários defendem que as empresas estão com “pouca capacidade” de laboração por causa do absentismo associado ao isolamento de casos de covid-19.
Marcos Rodrigues descreveu por “muitíssimo complicado” o quaro por que passam várias empresas no país. Este posicionamento foi apresentado à imprensa quando o líder associativo do arquipélago saía da cerimonia de apresentação do tradicional cumprimento de Ano Novo ao Presidente da República, José Maria Neves, numa altura em que Cabo Verde regista valores recordes de novos casos diários de covid-19.
O também empresário referiu ainda que um empregado infectado com SARS-CoV-2 representa “uma série de problemas” dentro das empresas, já que, segundo o próprio, muitos outros, mesmo não estando contaminados, não podem apresentar-se ao serviço por serem contactos directos.
“Isto praticamente está a pôr a empresa num estado de pouca capacidade de laboração”, apontou.
Sem precisar a percentagem de absentismo neste momento no país, Marcos Rodrigues aponta que os números elevados de casos no país afectam transversalmente as empresas.
Cabo Verde confirmou esta semana a circulação da nova variante do novo coronavírus, a Ómicron, tendo neste momento um total de 47.376 casos positivos acumulados, dos quais 41.525 considerados recuperados da doença, 358 óbitos e há ainda 5.466 casos activos.
Citado ainda pelo Expressos das Ilhas, um jornal local, Marcos Rodrigues abordou a questão do ‘lay-off’, que terminou em 31 de Dezembro, não defendendo abertamente a sua continuação, por causa da situação actual no país.
Para já, o empresário aponta para os próximos dias um novo diálogo com o Governo nos sentido da aplicação do designado ‘lay-off’, situação de suspensão temporária do contrato de trabalho, seja por falta de recursos financeiros (pagamento de salários), seja por falta de trabalho/actividade que ocupe toda a mão de obra da empresa.
“Poderá ser uma solução (continuar), haverá outras soluções para poder mitigar a questão do ‘lay-off’ caso não haja condições para continuar”, salientou o empresário.