O Fundo Africano de Garantia (AGF) vai assumir 75% dos riscos de financiamento a projectos de mulheres com Pequenas e Médias Empresas (PME) de Angola, anunciou nesta Quarta-feira, 29, em Luanda o seu director-executivo, Jules Ngakam.
O responsável, que interveio na abertura da “série financeira” da Acção Financeira Afirmativa para as Mulheres em África (AFAWA), disse que esta decisão faz parte dos esforços para empoderar a capacidade de meninas e mulheres empreendedoras em África.
“Com este programa de garantia, vamos partilhar o fardo e reduzir os riscos desta actividade de empréstimo. Normalmente, quando trabalhamos com bancos, nós assumimos 50% dos riscos. Para cada 100 dólares que emprestarem, nós ficamos com 50% dos riscos e neste programa nós vamos ficar com 75% dos riscos”, frisou.
O responsável destacou que o AGF está empenhado em trabalhar o seu programa de garantias com as instituições financeiras, através da AFAWA.
Segundo Jules Ngakam, o fundo que administra presta também apoio técnico às instituições parceiras financeiras, para que possam desenvolver o portefólio de empréstimo a mulheres, realçando que, no continente africano, são elas [as mulheres] que têm maior participação na actividade económica, contudo, menor contribuição no Produto Interno Bruto (PIB), por, alegou, a maior parte destas estarem no sector informal.
“O que nós queremos ver aqui é como podemos trabalhar juntos para que as mulheres continuem com as suas actividades formalizadas, de modo a participar a 100% nas riquezas do país e consequentemente no PIB”, sublinhou o director-executivo do AGF, citado pela Lusa.
A AFAWA é uma iniciativa pan-africana do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), que visa reduzir o défice de financiamento, estimado em 42 mil milhões de dólares, que afeta as mulheres empresárias em África.
Até 2026, a AFAWA tem como meta desbloquear cinco mil milhões de dólares em financiamento para PME detidas e geridas por mulheres, sendo a iniciativa apoiada pelos parceiros e doadores do BAD, pelos países do G7, bem como pela Suécia, Países Baixos, e pela Women Entrepreuners Finance Initiative (We-Fi).
*Adnardo Barros