Angola aposta no cabo 2África para reforçar o peso das telecomunicações no PIB

O Governo angolano quer reforçar o peso do sector das telecomunicações e das tecnologias de informação no Produto Interno Bruto (PIB), apostando na entrada em funcionamento do 2África, uma das maiores redes de cabos submarinos do mundo, com mais de 45 mil quilómetros de extensão. A ambição foi reiterada este Sábado, 13, em Luanda, pelo…
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A entrada em funcionamento, no último Sábado, do cabo submarino 2África – Avaliado em 43 milhões de dólares – marca um novo ciclo para as telecomunicações em Angola e reforça a ambição do Governo de aumentar o contributo do sector para o PIB.
Economia

O Governo angolano quer reforçar o peso do sector das telecomunicações e das tecnologias de informação no Produto Interno Bruto (PIB), apostando na entrada em funcionamento do 2África, uma das maiores redes de cabos submarinos do mundo, com mais de 45 mil quilómetros de extensão.

A ambição foi reiterada este Sábado, 13, em Luanda, pelo ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, durante a cerimónia de inauguração da infra-estrutura, considerada estratégica para a transformação digital da economia nacional.

Aterrado oficialmente em Angola a 30 de Julho de 2023, o cabo 2África representa um investimento avaliado em 43 milhões de dólares. A infra-estrutura circunda o continente africano pelas costas ocidental e oriental, ligando África à Europa, Médio Oriente e Ásia, com uma capacidade projectada de até 180 Tbps (terabits por segundo) nas principais secções, posicionando o país como um ponto relevante na rede global de comunicações.

Segundo o ministro, a nova infra-estrutura tecnológica cria condições estruturais para acelerar a digitalização da economia, com impactos directos em sectores-chave como a banca, a saúde e a agricultura, permitindo que serviços essenciais cheguem aos cidadãos com maior qualidade, eficiência e abrangência.

“Temos a responsabilidade de transformar o 2África e todos os outros projectos que venham a surgir numa verdadeira mais-valia para o desenvolvimento do país. Com esta infra-estrutura, os operadores têm agora o desafio de levar conectividade, internet e plataformas digitais a todo o território, onde quer que exista um angolano”, sublinhou Mário Oliveira.

Ao destacar o alcance estratégico do projecto, o Presidente do Conselho de Administração da Unitel, Agnaldo Jaime, classificou o 2África como um marco histórico para Angola, frisando que a conectividade constitui hoje um dos principais catalisadores do desenvolvimento económico e social.

“O 2África é um dos mais relevantes projectos de infra-estrutura digital da última década a nível mundial. Trata-se de um cabo submarino de nova geração, com 33 pontos de amarração e uma capacidade superior à de todos os cabos actualmente em operação em África”, explicou.

A entrada em funcionamento do sistema, acrescentou, garante maior capacidade, eficiência e resiliência na transmissão de dados, permitindo um salto estrutural na digitalização do país. O reforço da capacidade internacional de banda larga deverá traduzir-se em mais velocidade, maior estabilidade e melhor qualidade dos serviços fixos e móveis.

“Mais do que um investimento tecnológico, o 2África constitui um contributo directo para o reforço da soberania digital e para a modernização das infra-estruturas críticas, com impacto decisivo na inclusão tecnológica e na competitividade da economia angolana”, concluiu.

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